quinta-feira, 26 de julho de 2007

E LÁ VEM A NOIVA...


Pronto, chegou o dia. 26 de julho de 2007, meu casamento.

Sei nem o que escrever. Hoje já fui dormir às 2 e meia da manhã e acordei às 7, arrumei apartamento, me estressei... Não quero nem pensar na cerimônia, deixa as surpresas só para o momento!

Agora que faltam exatas 4 horas, acho que vou ficar jogando paciência para espairecer...

terça-feira, 24 de julho de 2007

É DEPOIS DE AMANHÃ!!!

FALTAM 2 DIAS!!!!
E eu não tenho tempo para mais nada!!!

quarta-feira, 18 de julho de 2007

UM DIA, DEPOIS OUTRO...


Em meio à morte de papai e à semana que antecede meu casamento (dois eventos tão díspares, mas quis o Senhor que acontecesse tudo ao mesmo tempo...), sobra muito pouco tempo para atualizar o Veleiro.
Eu tinha muito medo de enfrentar o momento da morte de papai, ainda que viesse me preparando para ele já há algum tempo. Mas Deus dá a força necessária para superarmos as dificuldades, cada um de acordo com sua capacidade. Eu quis cuidar dos detalhes do enterro, escolha de caixão, funeral, cemitério, primeiro porque não havia mais ninguém com a cabeça no lugar para fazer isso, depois porque eu achava que devia isso a papai, por todas as broncas que ele já tinha resolvido pra mim. Não quis deixar Amilson ou outro genro dele tomar a frente, e Deus segurou firme todos os meus passos. Na verdade, prometi que não iria ver papai deitado num caixão, coberto de flores, mas acabou que eu tive que liberar o corpo no necrotério e até ajudei a arrumá-lo... Vai entender a vontade de Deus...

Chorar de verdade, como Mellina e mamãe, é verdade, não chorei. Não saberia dizer o porquê. Certo é que chorei bastante até a véspera do dia em que ele morreu, cada vez que voltava pra casa depois de passar horas no hospital. Vi muito sofrimento no rosto de papai, sobretudo nos últimos dias, depois que ele foi entubado. As enfermeiras diziam que ele não estava sentindo nada - e realmente não havia nenhuma resposta a qualquer estímulo, mesmo doloroso - mas aprendi na aula de Anestesiologia que mesmo pacientes em coma sentem dor, ainda que não possam expressar. E eu via que papai sofria a cada inspiração, porque seu pulmão já não tinha forças para se manter. Insuficiência respiratória decorrente de metástase pulmonar foi a causa do óbito, mas quanto à atitude do médico residente tenho minhas reservas, e pra ser sincera não concordo com o que está escrito no atestado não... Mas enfim, aquele não era o momento pra eu arengar com ele...

Eu vi no atendimento que papai recebeu por parte da equipe médica aquilo que alguns professores - mais humanos - tentam passar durante o curso: o médico tende a se afastar do paciente quando a batalha contra a doença está perdida. Não estou aqui para julgar ninguém, até porque serei médica daqui a 2 anos e não sei como me comportarei, mas digamos que tenha sofrido na pele o que é não ter uma palavra de conforto e pensar que o caso não interessa mais ao médico assistente. Aprendi muito com esse internamento de papai, e meus futuros pacientes vão agradecer por isso...

A verdade é que agora ficou um vazio... Parece realmente que arrancaram um pedaço de mim. Não consigo imaginar papai morto debaixo da terra, ainda ouço a voz dele pela casa chamando Téo, de vez em quando falo baixinho para não acordá-lo, achando que ele está dormindo no quarto... Eu vi o corpo dele, toquei, fiquei olhando até derrubarem a última pá de terra em cima do caixão, mas para mim é como se papai tivesse ido ao céu, como pensam as crianças, do jeitinho que sempre foi. Pra mim papai ainda está tão vivo que não pode ter virado apenas um pedaço de carne que vai se decompor com o tempo. Pode parecer besteira, mas é um confronto de idéias que acontece em alguém que teve 4 semestres de aula de anatomia e visitas ao IML... Eu sei de tudo o que acontece a uma pessoa que morre, mas na minha cabeça a pessoa que eu enterrei não foi meu pai: meu pai foi ao céu, virou estrela, do jeito que era, não vai se consumir até virar só osso. Freud deve explicar...

Dá vontade de chorar às vezes, dá saudade de ouvir os passos dele, de dizer "Papai, cheguei" toda vez que entrava em casa... São essas coisas que só o tempo irá ajudar a minimizar, mas eu sei que um dia vai ficar mais fácil...

Mas, enfim, Deus fecha uma porta e abre uma janela, e faltam apenas 8 dias para o meu casamento. Eu e o Capitão estamos sofrendo de Tensão Pré-Nupcial, ambos estressados e sem paciência um com o outro... É bom porque a gente gasta o abuso antes de casar, pra depois passar o resto da vida só amando e querendo bem... :D

Quero agradecer ao apoio de todos os meus amigos nesse momento difícil. E dizer que vamos seguir em frente, porque agora eu, mamãe, Mellina e Sandra temos uma pessoinha mais perto de Deus, para interceder diretamente por todas nós, não é mesmo? :)

Beijo a todos!

terça-feira, 17 de julho de 2007

SAUDADES...


MÁRIO CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE
* 1º/11/1935
+ 13/07/2007

quinta-feira, 12 de julho de 2007

A PARTIDA


Imagine que você está à beira-mar e vê um navio partindo.

Você fica olhando, enquanto ele vai se afastando e afastando, cada vez mais longe, até que finalmente parece apenas um ponto no horizonte – lá onde o mar e o céu se encontram.

E você diz: Pronto, ele se foi.

Foi aonde?

Foi a um lugar que sua vista não alcança, só isto.

Ele continua tão grande, tão bonito e tão importante como era quando estava perto de você.

A dimensão diminuída está em você, não nele.

E naquele exato momento em que você está dizendo: 'ele se foi', há outros olhos vendo-o aproximar-se e outras vezes exclamando com júbilo: ele está chegando...”

Para o meu paizinho, que entrou em coma, e agora está indo, indo, igual a esse barquinho, para se encontrar com Deus...

terça-feira, 10 de julho de 2007


Passando aqui sem novidades, apenas para atualizar...

Até o momento a música do meu casamento será um CD com uma seleção de alto nível, para tocar no meu gravador com MP3 dado pela minha madrinha Simone... Música vai ter, só não será ao vivo. Eu sinceramente não estou mais a fim de procurar substitutos. Não estou com paciência nem de ir na casa das pessoas entregar os convites! Eu tenho uma prova amanhã e outra na quinta e nem sequer abri o livro. Mais uma vez vai ser na teoria do chute.

Ao contrário das minhas também madrinhas e noivas Cris e Sheila, não consegui, durante esses 8 meses, fazer do casamento assunto principal da minha vida, simplesmente por falta de paciência. Não será agora, faltando 16 dias, que isso vai mudar. Por mim agora eu só cuidaria de arrumar as coisas no apartamento, e deixaria essa história de prova de vestido, modelo de buquê, grupo pra tocar, enfim, esses detalhes da cerimônia ficariam todos pra lá. Não mudando a parte de cima do vestido, nem colocando uma cauda tamanho família, a costureira pode fazer o que bem entender. E não sendo de rosas vermelhas, qualquer buquê também está bom. E não é porque eu sou a noiva mais desanimada da paróquia, é porque estará bom mesmo, eu ficarei igualmente feliz no dia com um buquê branco, amarelo, verde limão... Meu noivo estará no altar me esperando? Minha mãe e meus amigos estarão na igreja? Esse casamento será por amor? Então o resto, falando sério, não tem tanta importância assim!

Mas vá lá, escolhi um modelo de buquê, já imprimi, vou dá-lo às pessoas responsáveis por isso...

Agora eu tenho que ir ao hospital visitar meu paizinho, dizer-lhe que eu estou perto dele e estarei até o dia em que isso tudo acabar, e mostrar-lhe que, com o meu casamento, estou fazendo exatamente aquilo que ele quis deixar de herança: cuidando da minha vida. Também vou dar uma força a mamãe, que está só o pito... Depois tenho que estudar (nem que seja só fingir...) e mais tarde sair com o noivo para resolver a roupa dele (eu estou exatamente casando com a pessoa certa em relação à despreocupação com as formalidades da cerimônia...). E à noite, se Deus quiser, pegamos a chave do apartamento.

Se o dia terminar desse jeitinho, eu estarei feliz...

quinta-feira, 5 de julho de 2007

DÁ LICENÇA QUE EU VOU ENCARNAR A VÍTIMA!


Eu não sou essa pessoa sensata do post passado durante as 24 horas do dia. De vez em quando preciso chutar o pau da barraca e gritar: "PQP, já não está bom, não? Precisa piorar ainda mais???"

Faltam 21 dias para o meu casamento. Daqui a 3 semanas estarei entrando na igreja com meu vestido branco. Casamento complicadinho esse, que demorou 10 anos para acontecer, passou 8 meses no perrengue e ainda hoje não pára de me dar preocupações!

Eu sou uma noiva que não está tendo o direito de curtir um dos momentos mais esperados da sua vida! E estou aqui nesse post para gritar que isso é uma injustiça!!! Porque eu faço parte da lista de mulheres que sonharam a vida inteira com esse momento, e agora que ele chegou está tudo errado!

Não era para papai estar gravemente doente numa cama de hospital, entre a vida e a morte! Era para ele estar firme e serelepe, ajudando Amilson a resolver as coisas da casa (porque ele certamente iria querer cuidar de tudo...), pronto para me levar ao altar vestido com seu terno verde de general do Exército! Porque quando ele comprou esse terno disse que era pra usar na formatura de Mellina e no meu casamento!!! Dá para entender? Era pra ele estar bem de saúde, para tirar muitas fotos comigo na cerimônia, para beber o uísque dele na recepção! Eu vou me casar e não vou ter meu pai lá comigo! Ele não vai nem saber que eu estou me casando, porque sua mente está bastante alterada! Vou me casar e não vai ter um sorriso no rosto da minha mãe, porque ela vai estar sozinha no altar, e vai se lembrar dele! E isso não é justo!

Não era para mamãe estar no hospital, vendo papai se acabar aos poucos e lutando para ser forte! Era para ela estar comigo, comprando as coisinhas que faltam para o meu enxoval, escolhendo seu vestido, me ensinando a fazer uma feira, cuidar da casa! Era para ela estar feliz, era para todo mundo estar feliz, porque meu Chá Bar vai ser no próximo domingo! Está tudo errado!

E, como se já não bastasse tudo o que está acontecendo, não era para o Ministério de Música dos Casais ter compromissos inadiáveis no dia do meu casamento, porque já estava tudo certo para eles tocarem, e agora à essa altura do campeonato eu não tenho mais ninguém para chamar! E como se já não bastassem todas as dificuldades que eu tenho, no meu casamento não terá música, eu que estudei no Conservatório, que toquei em dezenas de casamentos por míseros 50 reais, que sempre achei um absurdo o descaso dos noivos com relação ao repertório da cerimônia, justamente no meu casamento não haverá música!!!

Isso tudo está tão errado, é tão triste, é uma injustiça tão grande não permitir que uma noiva possa se alegrar no dia que deveria ser um dos mais felizes da sua vida, é tanta falta de sensibilidade fazer com que ela não tenha o braço do pai para se apoiar na hora em que estiver entrando na igreja e as pernas tremerem ao ver tanta gente e seu amor esperando no altar, isso tudo é tão estupidamente injusto e errado que eu estou cansada, triste e sem vontade!

E as palavras do post anterior podem ter sido muito inspiradas, bonitas e corajosas, mas hoje, quer saber? Hoje a vítima sou eu!