sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

O POST MAIS SÉRIO DE TODOS OS TEMPOS!


Sabe os dias em que você se sente a mosca do cocô do cavalo do bandido? Sim, hoje a larva dessa mosca sou eu.

Talvez eu nunca tenha passado tanta vergonha pública em atividades acadêmicas quanto no seminário de Imunização, que aconteceu hoje no rodízio de Pediatria. Talvez nunca nenhum outro professor tenha olhado para mim com aquela cara de "Ô sua irresponsável, você não estudou e ainda quer vir aqui tentar me enrolar?", como dr. Henrique fez hoje no ambulatório. Mesmo no rodízio de Cirurgia. Ou talvez justamente porque foi no de Pediatria é que esteja doendo mais...

Mea culpa: realmente, não me matei de estudar. Aliás, não estou me matando por nada nesta vida desde meados de abril. No máximo, morro de dormir. Mas, para completar, meu raciocínio resolveu tirar férias neste fim de ano. Estou perigando não saber fazer uma conta de somar direito, quanto mais elaborar uma lista de hipóteses diagnósticas! O menino tosse, espirra, tem febre, faz cocô mole: o que pode ser? Sei lá, pode ser tanta coisa! Marcella, tem certeza de que você está no 9º período? Porque parece que estou lidando com os alunos do 4º! (Dr. Henrique é um gentleman, nunca diria isso com essas palavras, mas olhares não mentem jamais...)

Minha memória é uma folha em branco, que às vezes é escrita a lápis, mas apagada logo em seguida. Eu não guardo absolutamente nenhuma informação nova. Não adianta esse negócio de ler mais de uma vez: quantas vezes já li sobre infecções congênitas? Pelo menos umas 2 vezes no 5º período (quando paguei Pediatria), depois mais 4 vezes pra fazer os 4 concursos de Neonatologia do IMIP. Pergunta: consegui tirar 10 no seminário de Sifílis congênita de hoje? Resposta: precisa responder?

Aliás, já que toquei no assunto, depois de 6 meses de plantões semanais como acadêmica de Neonatologia do IMIP, como justificar que o meu desempenho na prova deste semestre tenha sido o pior de todos os concursos que eu já fiz???

Como diz Lulu,

Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia...

Mas em 2008 - e desde já - vamos acabar com essa palhaçada!

Pra começar (ainda é o começo???), cansei dessa de estudar e não aprender. Ou não estudar e não aprender do mesmo jeito. Cansei de sentir essa sensação terrível de "Por quê todo mundo consegue se dar bem menos eu?". Quero acabar com essa história de não saber responder as perguntas que me são feitas, não saber de cor conduta de doença nenhuma, nem valor normal de exame nenhum. Foram 9 períodos nessa brincadeirinha, assistindo às aulas e me dando mal nas provas (mesmo na época em que eu estudava de verdade...), 4 anos e meio sendo apenas uma estudante de medicina razoável. Quer saber? Estou verdadeira e definitivamente cansada disso. Não quero nunca mais que um preceptor olhe pra mim com a cara que Dr. Henrique fez hoje, cara de decepção e falta de confiança ("Essa aí vai ser no máximo a 'médica do Posto'..."). Quero que meu nome esteja nas próximas edições do Tratado de Pediatria do IMIP, como autora de capítulos, quero ser staff, quero que os próximos alunos de Medicina da UFPE olhem para a minha foto na placa de formatura e pensem "Puxa, Dra. Marcella está aqui!", do mesmo jeito que eu fico admirando as fotos das pediatras chefes nos corredores. Então, acabou essa história, de hoje por diante! Porque se Deus ainda não me mostrou outro caminho - mesmo diante do turbilhão de dificuldades que eu já tive nesse curso - é porque eu estou exatamente no lugar em que Ele me quer!

Bom, aprendi a cozinhar (o que eu julgava impossível), lavar banheiro, fazer compras do mês... Ser uma boa médica talvez não seja tão difícil...

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

ENTÃO É NATAL...


Vejam só, mais um Natal. 365 dias já se passaram desde o último, dá pra acreditar? Porque para mim parece que foi ontem, meu último Natal solteira, Mellina distribuindo presentes pra todo mundo, papai sorrindo na sala... Vejam só como o tempo passa mais rápido à medida que a gente cresce e não espera mais os presentes de Papai Noel...
Não, este post não pretende ser triste. O Natal nunca foi triste pra mim. Por mais que a gente nunca tivesse família grande pra reunir na ceia (e é por isso que eu quero ter 5 filhos), só o clima do Natal já me deixava alegre. Neste ano, é verdade, todos nós tivemos que nos esforçar mais para sorrir, porque um pedaço importantíssimo do nosso coração está morando com Deus agora. E foi a primeira vez que ele não estava conosco na ceia, tomando o uisquezinho dele, encostado no muro da cozinha. Mas a vida é assim, esse é o fim de todos nós, e é por isso que, mesmo que seja um esforço, o Natal não pode ser triste. Mesmo sem papai.
Deus permite que a cada dezembro o nascimento de Jesus se renove em nossos corações, renovando também a esperança de que no próximo ano tudo seja diferente. E diz: "Filha, 2007 não foi tão bom quanto você imaginava que seria no ano passado? Não se preocupe, um novo ano virá, com ele uma nova chance de ser feliz, e as feridas do teu coração também cicatrizarão, porque o menino Jesus habitará nele". É para isso que existe o Natal. Para lembrar que alguém se foi, mas graças a Deus muitos outros alguéns ficaram, e eu ainda tenho neste ano uma mãe maravilhosa, um marido que me ama, irmãs e cunhados, e meu cachorro lindo, todos para celebrar comigo as bençãos de um novo ano que se aproxima! É exatamente para isso que existe o Natal!
Então é Natal! E que ele seja verdadeiramente FELIZ para todos nós!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

...

Início do rodízio de Pediatria, minha última possibilidade de gostar da vida que escolhi pra mim (se eu, querendo ser pediatra, não gostar do rodízio de Pediatria, faço o concurso da Caixa!)... Até agora, feliz por ter ficado no HC (minha segunda casa...), empolgada com a possibilidade de não transformar cada dia em um sacrifício. Tão feliz e empolgada que chega a dar medo! =/
A geladeira descongelando na cozinha...
14 dias para o final do ano, 7 dias para o Natal... Natal diferente neste ano...
A hélice do meu ventilador quebrada, eu tendo que sair pra comprar uma nova, lembrando que esse era o tipo de tarefa que papai resolvia em 2 tempos... =(
É, o tempo passou rápido neste ano... E algumas pessoas acabaram indo embora cedo demais...
Boa semana a todos!
"Eu continuo aqui
Com meu trabalho, meus amigos
E me lembro de você em dias assim
Dias de chuva
Dias de sol
E o que eu sinto não sei dizer..."

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

CANTANDO PRA SUBIR!


O texto de hoje não é meu, foi tirado de http://www.vialuz.com/, é enoooorme, mas vale a pena ser lido. Principalmente porque é dezembro, um novo - e melhor - ano está vindo e os últimos posts foram bastante depressivos...

"Levantar-se da cama para começar mais um dia deveria ser motivo de prazer e entusiasmo em nossa vida. Para algumas pessoas, porém, isso até parece um sacrifício. Elas já se levantam cansadas e desanimadas para enfrentar mais um dia de batente. Quem se sente assim, provavelmente, perdeu o contato com o ideal de sua vida. Sem uma meta à qual dedicar sua existência, o ser humano dificilmente encontra motivação para fazer as coisas, para prosperar, para realizar conquistas. Só quem tem um ideal pode conhecer a verdadeira realização pessoal.

Um ideal de vida é querer ser alguma coisa: um médico reconhecido em sua especialidade; uma gerente de banco com clientes satisfeitos; um artista talentoso; uma vendedora de sucesso; um próspero empresário; uma esteticista que deixa os fregueses mais bonitos; um pedreiro caprichoso; um dono de loja onde as pessoas gostam de comprar; uma cozinheira que delicia os outros com seus pratos. A pessoa motivada a ser alguma coisa orienta, naturalmente, as ações em direção ao seu ideal. Como alguém que quer atingir o cume de uma montanha, ela vai procurar os caminhos que a levem até lá. A pessoa com um ideal claro na vida é objetiva, sabe o que tem de fazer e considera o fazer como um meio para alcançar sua meta. Quem tem um ideal tende a investir em si mesmo e a considerar conhecimentos e experiências adquiridos como seu grande patrimônio. Pode perder o emprego ou ser obrigado a mudar de cidade, mas adapta-se às novas situações porque sabe quem é e conhece o seu valor.

Todos somos divinamente destinados a ser algo, mas nem todos conseguem realizar o ideal de sua vida. Se, quando crianças, costumamos dizer o que queremos ser quando adultos, conforme crescemos, vamos nos ajustando às exigências do nosso mundo competitivo, incorporando os valores e condicionamentos sociais que levam-nos a priorizar o ter: ter um carreira, um apartamento, o carro do ano, o menor celular do mercado. Muitas vezes, a premência de fazer para ter afasta-nos do nosso ideal. Como você está conduzindo sua vida: baseado no ser ou no ter?

Se você é uma das muitas pessoas que, ao enquadrar-se no jogo da sobrevivência social e perderam o contato com o ideal de sua vida, saiba que a qualquer momento é possível tomar o caminho que leva ao cume da montanha. Seu ideal de vida está ligado ao que você tem prazer em fazer e à visão mais grandiosa que tem de si mesmo. Por um momento, volte ao estado de simplicidade em que vivia quando era criança e pergunte-se: o que eu quero ser, o que eu sonho ser na vida? O seu ideal também está ligado aos talentos e aptidões com que você foi aquinhoado ao nascer. Há certas coisas que você faz com facilidade e espontaneidade, pois recebeu de Deus os dons para ser o que é seu destino ser e, assim, realizar-se. Reconheça a sua vocação. Pergunte-se: o que, para mim, é natural fazer?, quais são as minhas habilidades? Compreenda que, por mais naturais e aflorados que sejam os seus talentos, é preciso burilá-los. É preciso desenvolver técnicas. Você pode ter o ouvido absoluto dos grandes músicos, mas precisa aprender a ler partituras e a tocar um instrumento - e, isso, você não nasceu sabendo. Acredite que, se você estiver no caminho que o leva à realização do seu ideal, os fatos e as circunstâncias da vida o empurrarão para a frente. Não se limite ou desanime caso não veja, em determinado momento, soluções para as dificuldades que surgirem. Mantenha-se firme na sua escolha e a vida lhe trará, com toda certeza, tudo de que você precisa. Você não tem dinheiro para fazer um curso? O dinheiro aparece. Não tem tempo para estudar? Você é que faz o seu tempo e certamente dará um jeito. A vaga de emprego está muito concorrida? Ela será sua; se não for essa será a próxima, ainda melhor. As portas se abrem para quem sabe o que quer, assume o papel que lhe cabe nesse mundo e tem fé. Só você pode saber o que é melhor para si. Tenha discernimento nas suas escolhas. Não se deixe contaminar pelo pessimismo e pela amargura de outras pessoas, nem influenciar pelos modelos de sucesso alheio. Sucesso e fracasso são fatores muito relativos. Avalie-os em relação à sua realidade. Por fim, não tenha medo de experimentar. Se você não se permitir experimentar, nunca vai saber no que as coisas vão dar.

As oportunidades que temos na vida não nos aparecem por acaso; sempre há um propósito por trás delas."

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

SEM ÂNIMO, SEM FOTO.

O estado de preguiça-desânimo da sexta está invadindo toda a semana. Parece que as coisas não fazem mais tanto sentido. Verdade que isso me incomoda muito. Aliás, para esclarecer, estou falando da minha vida acadêmica, que está um lixo. 4 anos de faculdade para não saber absolutamente nada. De quem é a culpa? Estou achando que é minha. Tem prova do IMIP no dia 14 e eu não estudei nem a metade. E não tenho vontade, o que é pior. Ou tenho vontade e não tenho coragem. E não sei de onde vem tanto desânimo.
Conheço algumas pessoas animadas, que topam qualquer coisa, a qualquer hora. E eu estou aqui faltando ao PSF porque às 6 da manhãnão conseguia nem levantar da cama. Sei de todas as minhas obrigações - domésticas e estudantis - mas não quero fazer nada. Sei da prova da residência em dezembro de 2009, sei que não terei 410 reais por mês para pagar um curso preparatório, sei da importância de um estudo organizado e com tempo. Mas estou aqui, na frente do computador, comendo pipoca e vendo a vida passar. Não apenas por preguiça, mas por falta de ânimo.
Pois é... Saco...