quarta-feira, 28 de abril de 2010

HELP!

O que eu posso dizer nesses 56 dias de maternidade é que eu sou uma pessoa cansada. Tão cansada, mas tão cansada, que a paciência muitas vezes falta. Francamente não sei como algumas mães conseguem manter o bom humor e o tal "amor incondicional" mesmo diante de noites mal dormidas (não dormidas, pra ser mais exata) e a absoluta falta de tempo para viver. Estou seguindo os blogs dessas heroínas pra ver se aprendo alguma coisa...

Não poder ser mais apenas Marcella-mulher-e-médica e ter que ser Marcella-mãe 24h por dia está me deixando louca. Nem os sorrisinhos de Ana Luiza dão conta. E agora pra completar surgiram as cólicas, aquele choro inconsolável, sem motivo, diariamente. Estou com uma vontade de sumir danada!...

quarta-feira, 21 de abril de 2010

E ERA PARA EU ESTAR SENTINDO A MAIOR FELICIDADE DO MUNDO!



Crianças tinham que ter manual. O que para outras mulheres surge naturalmente, comigo é como matar um leão por dia. Não consigo descobrir por que Ana Luiza chora, chora e chora como se estivesse numa tristeza sem tamanho. Não tem colo de mãe que dê vencimento ao berreiro dela.

Estou vivendo um desespero sem fim que vai acabar me deixando louca...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

VEM, CATIVA-ME!


Que felicidade estranha é essa quando se é mãe?
Ter vontade de matar quando a filha chorar sem consolo por 2 horas, mas encher de beijos quando ela der um sorrisinho?
Não entender como uma coisinha tão pequenininha pode bagunçar tanto o seu dia, mas sinceramente não querer que ela vá embora?
Achar que todos os bebês são fofos, mas nenhum é tão lindo quanto a sua filha?
Passar a compreender sua própria mãe e amá-la ainda mais, apesar de tudo?
Que jeito diferente é esse de ser feliz?
Sei ainda não, tô aprendendo. Aprendizado difícil, que às vezes eu quero, às vezes não quero de jeito nenhum. Tô aprendendo. Cativando. Mas sendo cativada, acima de tudo.

"Então a raposa apareceu.

-"Bom dia."-disse a raposa.

-"Bom dia."- respondeu educadamente o Pequeno Príncipe.

-"Quem és tu? És tão bonita de se olhar."

-"Eu sou uma raposa.", disse a raposa.

-"Vem brincar comigo.", propôs o Pequeno Príncipe. -"Eu estou tão triste."

-"Não posso brincar contigo.", disse a raposa. - "Eu não estou cativada."

- "O que significada isso ? cativar?"

-"É uma coisa que as pessoas frequentemente negligenciam.", disse a raposa. -"Significa criar laços."
 
-"Para mim és apenas um menininho e eu não tenho necessidade de ti. E tu por sua vez, não tens nenhuma necessidade de mim. Para ti eu não sou nada mais do que uma raposa, mas se tu me cativares então nós precisaremos um do outro".

A raposa olhou fixamente para o Pequeno Príncipe durante muito tempo e disse:

-"Por favor cativa-me."

-"O que eu devo fazer para te cativar?" perguntou o Pequeno Príncipe.

-"Deves ser muito paciente.", disse a raposa.  -"Primeiro vais sentar-te a uma pequena distância de mim e não vais dizer nada. Palavras são uma fonte de desentendimento. Mas sentar-te-ás um pouco mais perto de mim todos os dias."

No dia seguinte o Príncipezinho voltou.

-"Teria sido melhor voltares à mesma hora." disse a raposa.

-" Se tu vens por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais me sentirei feliz. Ás quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens por exemplo a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração...É preciso criar rituais."

Então o Pequeno Príncipe cativou a raposa.

Quando chegou a hora da partida dele:

-"Oh!" disse a raposa. -"Eu vou chorar".

-"A culpa é tua", disse o Pequeno Príncipe.

- "Tu mesma quiseste que eu te cativasse...".

-"Adeus.", disse o Pequeno Príncipe.

- "Adeus.", disse a raposa.

-"Agora vou contar-te um segredo: Nós só podemos ver perfeitamente com o coração; o que é essencial é invisível aos olhos. Os homens têm esquecido esta verdade. Mas tu não deve esquecê-la. Tu tornas-te eternamente responsável por tudo aquilo que cativas."

(O Pequeno Príncipe - Saint Exupéry)


quinta-feira, 8 de abril de 2010

TÃO LINDINHA E DÁ TANTO TRABALHO!


"Por mais que você se prepare, não tem jeito: a vida como mãe é sempre surpreendente.
Seu filho vai te desafiar, vai te fazer chorar -- de tristeza e de tanto rir --, e vai fazer você esquecer de tudo aquilo que precisava tanto fazer. A vida que você tinha antes vai simplesmente desaparecer. E aí ele vai fazer surgir uma vida nova, muito mais complicada -- mas muito mais bonita..."

Um mês e 5 dias com Ana Luiza e parece que o mundo virou de cabeça para baixo. Nunca mais dormi uma noite toda, e ser acordada 2 a 3 vezes no meio da noite me deixa profundamente irritada. Não consigo fazer as refeições no tempo certo porque ela cismou que o melhor lugar para estar é no meu braço, all the time. Tomar um banho tranquilo, ouvindo música, escolher calmamente a roupa: tudo virou luxo. O dia termina e eu não consegui fazer nada que não seja cuidar de bebê...

O tempo sumiu. A rotina virou acordar, dar o peito, colocar Ana Luiza no braço, tentar colocá-la em qualquer outro lugar depois que ela pega no sono, correr para tentar fazer algo pra mim, ouvir um choro, dar o peito outra vez... Inocentemente achei que conseguiria organizar algumas coisas pendentes do trabalho, estudar um pouquinho, mas já se passaram 2 meses da minha licença-maternidade e tudo continua do mesmo jeito.

A beleza sumiu também. Pós-parto sobrou uma mulher com aquela típica "barriga de mãe", os pés maiores que antes (pensei que era só impressão minha, mas descobri que isso acontece de verdade!), uma lapa de quadril que benza-deus! Quando as calças conseguem vestir as coxas e a bunda, sobram na cintura. Os peitos dobraram de tamanho (e isso não é bom!), embora não estejam tão cheios de leite quanto deveriam. E o cabelo, sem comentários...

"Ter um filho não significa viver num eterno comercial de margarina. Há um monte de tarefas chatas para fazer, mais as noites em claro, uma atrás da outra, e a frustração de não saber nem por que afinal das contas ele chora tanto..."

Pois é. Porque se tem uma coisa que Ana Luiza aprendeu rapidinho a fazer, essa coisa foi chorar. Pegar o peito direitinho, com a boquinha toda aberta, isso ela não faz direito ainda não, mas chorar, abrir aquele berreiro como se tivesse acabado toda a comida do mundo, ou vivesse num mar de cocô quando a fralda está suja, meus amigos, nessa categoria minha filha é a campeã mundial. E choro de bebê é a coisa mais estressante da face da Terra. Pior quando o bebê é seu, porque não dá nem para virar as costas e sair correndo.

Eu sei que isso passa. Mas sou muito sincera e digo que ainda não alcancei o nirvana da maternidade. Ainda não posso afirmar que é a maior benção do mundo, a maior alegria que uma mulher pode ter. Mas é bom, a gente aprende que tem condições de fazer mais do que achava que poderia, perde até o medo de dirigir porque não quer carregar a filha no ônibus... Vai ficar melhor quando ela crescer só mais um pouquinho a ponto de eu poder dormir uma noite inteira, pelo menos 3 vezes na semana... Todo mundo diz isso, vai ficar menos difícil um dia...

Mas quem é que consegue resistir a um sorrisinho desses?




sexta-feira, 2 de abril de 2010

...


Porque nem que passem mil anos eu vou deixar de sentir saudades dele...

Jesus, Meu Deus Humano

Pe. Fábio de Melo

Não, eu não vi a sua cura se cumprir
Eu não vi o seu milagre acontecer
Nada que eu pedi a Deus aconteceu

É... Vou tentando achar o rumo por aqui
Vou reaprendendo ser sem ter você
Descobrindo em mim o que você deixou

Grito seu nome
Desejoso de resposta
Quando vejo a mesa posta
E seu lugar sem ter ninguém

Mas nessa ausência
Sei que existe outra presença
Uma força que sustenta
E que me faz permanecer... de pé

É Jesus, meu Deus humano
Meu Deus humano
Que conhece a dor de ver partir a quem se ama
Que chorou de saudade
Que sofreu por seus amigos
E que esteve ao meu lado
Quando eu vi você partir

É Jesus, meu Deus humano
Meu Deus humano
Que conhece a dor de ver partir a quem se ama
Que chorou de saudade
Que sofreu por seus amigos
E que não me abandona
Quando eu não sei compreender

Por que você partiu
Por que você se foi
E porque o milagre não se deu como eu pedi...