Ana Luiza tem tanta energia, tanta energia, que não quer dormir. Dou o banho (morno, como manda a regra), passo sabonete e óleo específicos para a hora do sono, faço massagem e dou o mingau, tudo certinho. Levo pra cama, ligo a TV bem baixinho, só pra ela ver as forminhas do Mister Maker, apago a luz e... Lulu dana-se a pular e brincar. Não sei por que fui ensiná-la a montar uma barraca com o lençol...
Faz 2 meses que deixei o posto de saúde e passei a ficar em casa 5 dias por semana, com Lulu. Nesse curto espaço de tempo já consegui fazê-la entender que eu sou a mãe dela (mãe é a palavra que mais se ouve nesta casa agora...), aprendemos a brincar uma com a outra, e tenho percebido que passei a ser uma pessoa de fato importante na vida da minha filha. Mas a vida financeira sofreu uma queda vertiginosa, vocês podem imaginar. O salário caiu pela metade e as despesas se mantiveram as mesmas. Precisei procurar mais uma fonte de renda, senão a casa iria cair de verdade, mas resolvi que iria ser só mais um plantão, só mais 12h. Apareceu uma oportunidade única, muito boa, um plantão light, onde até estudar eu vou conseguir. E se eu quisesse, havia 2 dias disponíveis, o meu salário voltaria a ser o mesmo do posto, trabalhando 4 dias por semana (e não 6...)! Mas aí eu só quis um...
Por que meu novo emprego mereceu um post no Veleiro? Porque eu recusei um plantão de 24h graças ao amor maternal que descobri em mim. É verdade, em vez de ganhar x eu poderia ganhar 2x, e ganhar o dobro num momento em que eu preciso desesperadamente comprar um carro seria mais que perfeito; mas o preço a pagar teria que ser menos um dia em casa com Ana Luiza. Menos um dia ouvindo Patati e Patatá (essa parte seria até boa...), menos uma tarde sentada no chão rodeada de brinquedos e com uma bebê no colo, menos uma oportunidade de brincar de barraca antes de dormir. Eu não estou conseguindo estudar pra droga da prova de residência, e um plantão light poderia me dar essa oportunidade, mas eu teria que abdicar de um dia ajudando minha filha a crescer. Então eu disse "não".
Como eu me conheço e sei o quanto minha independência financeira sempre foi importante pra mim, trocá-la por um dia a mais desfrutando da companhia de uma criança de 1 ano repleta de energia, que bagunça toda a minha casa, derruba biscoito no chão e me impede de estudar, é algo surpreendente, é a prova de que estou virando uma mãe de verdade, igual àquelas que escrevem os blogs que acompanho. E estou muito orgulhosa de mim. Ter um filho muda tudo. Incrível isso...
Tem muita coisa que não está dando certo na minha vida, mas ter Lulu comigo certamente compensa todas elas...
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Ju Dalzoto, parabéns pela gravidez! Eu tinha que colocar isso aqui! Beijo!