Tenho tido alguns momentos de descontrole emocional materno nestes últimos dias, semelhantes aos que freqüentemente aconteciam quando Ana Luiza nasceu. Tem horas que me sinto tão sobrecarregada nessa missão de cuidar de uma criança que não agüento, sento e choro. O mais engraçado disso tudo é geralmente Lulu está perto, senta também, diz "Num chóla, mamãe... Deita aqui, deita...", e me faz deitar a cabeça no colo pra que ela possa fazer carinho... Já ofereceu até a chupeta! #choromaisainda
Imagino que não seja necessário dizer o quanto criar filho dá trabalho. Todas as mães que lêem isso aqui sabem de cor os malabarismos que precisamos fazer para entreter uma criança durante o dia. Minha sala de estar tem mais brinquedos que móveis; na varanda ainda não consegui espaço para uma rede, mas certamente já achei para o cavalinho de madeira de Lulu; minhas canetas TODAS já estão sem tampa e destinam-se a colorir as figurinhas do caderno de desenho dela... Eu, que mal assisto à TV, estou cogitando comprar uma maior (a minha tem 20") somente para Ana Luiza poder admirar Uniqua e sua turma com mais nitidez... Tenho procurado um cantinho da minha vida que não esteja preenchido por essa cabritinha de 2 anos e não consigo encontrar...
Isso é lindo, mas - na prática - sufoca. Não sei se acontece com todas as mães (às vezes leio coisas que fazem parecer que a maternidade é um eterno conto de fadas), mas sufoca a mim, e nem é novidade dizer isso. Porque tenho saudades do tempo em que decidia a hora de me levantar da cama, e olhem que nunca fui de dormir até às 10 da manhã! Tenho saudades de quando podia planejar o que fazer no meu sábado livre, e quando conseguia cumprir meus horários de estudo sem ser interrompida por gritos de "Quélo vê Cocó (leia-se Galinha Pintadinha no Youtube)!". Tenho saudades do tempo em que eu era somente "eu", e não "mamãe".
Por isso tenho pensado sobre o que é ser uma boa mãe. Porque não aprendi a cozinhar para preparar comidinha saudável para Ana Luiza: hoje, por sinal, almoçamos miojo (não me orgulho disso, mas foi o jeito). Não deixei de tomar coca-cola nem durante e nem depois da gravidez: meu leite materno devia ter gosto de refrigerante (será que foi por isso que Lulu não quis mamar? Ela nem gosta de Coca...). Ainda não comecei o desfralde porque é preciso toda uma disposição para suportar dias de xixi esparramado pelo chão, a mesma disposição que deveria ter para ensinar Lulu a abrir a boca e escovar os dentes (e não apenas comer a pasta...). Eu venho tentando me encaixar nessa coisa de "ser mãe" com todas as letras, mas não tenho tido resultados muitos promissores...
Bem, é isso... Muita reflexão para uma tarde nublada... Vou cuidar da vida que amanhã tenho um concurso pra fazer... Beijos a todos!