Um bebê de 7 dias começa a ter muita fome, estou descobrindo isso. Muitas vezes acho que a quantidade de leite do peito não é suficiente para satisfazer Ana Luiza. Essa é uma coisa engraçada de ter filhos: não importa se você é leiga ou médica, as dúvidas são sempre as mesmas... :-)
Estou fazendo um esforço incrível para não parar de amamentar. Cada vez que não consigo - ou por causa da dor, ou porque o leite acaba antes da fome dela - e preciso preparar uma mamadeira de NAN, meu coração dói. Não é drama não. Vou ser pediatra, quer coisa mais combatida pelos pediatras do que aleitamento artificial? Deus deu às mulheres um par de peitos capazes de produzir leite, nutritivo, estéril, é um absurdo se sujeitar a dar dinheiro para a indústria alimentícia e ainda expor a criança ao risco de infecções! Mas, como eu disse, nem o bebê nasce sabendo mamar nem a mãe nasce sabendo dar o peito. E o aprendizado é doloroso, principalmente quando surgem fissuras, como está acontecendo comigo...
Quando Ana Luiza chora e nem o ombro do pai dá jeito, já sei que é hora de mamar. Eu estava chorando feito uma desesperada cada vez que ela mordia e tentava puxar, toda desajeitada. Ninguém tem noção dessa dor, é uma loucura! Está começando a cicatrizar agora. Não tem pomada que resolva. Mas o fato é que muitas coisas mudam na sua cabeça depois que um bebê nasce, e não estou aqui para repetir clichês. Minha gravidez foi algo que aprendi a aceitar aos poucos, adaptei meus planos ao fato do futuro trazer uma criança a tiracolo, mas em nenhum momento me tornei uma apaixonada pela barriga. Não vejo mal algum em admitir isso, aliás, não sinto a menor saudade daquele barrigão: não me deixava escrever direito (ah, câimbra do escrivão...), me fazia usar roupas enormes (parecia um garrafão de água mineral), dificultava para dormir... A manhã em que acordei para ir à maternidade foi uma das mais felizes que já tive, finalmente xô, barriga! Agora sim vou cuidar de mim! Aí veio essa coisinha miúda e mudou toda a história...
Ana Luiza é tão pequenininha, tão frágil, depende tanto de mim e do pai dela, que é impossível não mudar certos hábitos só para que ela não sofra. E a vontade é só essa: é como se eu fosse capaz de fazer qualquer coisa só para que ela não sofra. Parar de tomar refrigerante, por exemplo, para evitar que ela tenha gases. Não é algo forçado, como tentei fazer durante a gravidez, é algo natural, eu realmente acho que não devo fazer nada que possa prejudicá-la, mesmo que isso signifique abandonar hábitos que eu amo. De repente não tem mais problema ficar com a mão suja de cocô, afinal ela não pode ficar sem trocar a fraldinha. E por isso ainda tento dar o peito, mesmo que isso não seja nem de longe algo prazeroso (como dizem que é), porque é o melhor alimento para ela e nesse momento ela é o mais importante. É mais importante que eu. Isso nunca aconteceu na minha vida, alguém ser mais importante que os meus projetos, que as coisas que eu quero fazer. E, ao contrário do que acontecia na gravidez, não estou achando isso ruim. O jeito que ela olha pra mim (nas vezes em que seus olhinhos de uma semana conseguem mirar alguma coisa) compensa qualquer sacrifício.
Repito o que já escrevi aqui: sou infinitamente imperfeita, não consigo nem sequer cuidar de mim direito, esqueço a hora de tomar meus remédios, me alimento mal. Mesmo assim Deus me deu uma menininha linda e disse que era pra eu tomar conta dela. Nem sei se mereço, muito provavelmente não, mas o fato dela ser perfeita e precisar de mim me faz ter vontade de ser uma criatura melhor para não decepcioná-la, só para que ela não sofra. Talvez esse seja o sentimento de ser mãe de que tanto falam. Só sei que alguma coisa mudou na minha vida. E que verdadeiramente, apesar da dor, do cansaço crônico, de todas as dificuldades, dessa vez eu estou feliz.
5 comentários:
Puxa ... estou aqui com os olhos cheios de lágrima. Q coisa linda q vc escreveu ... fazia tempo q n via vc escrevendo assim, transbordando tanto amor. Amor de mãe !!!! Bjs.
Um conselho,
Espalhe o seu leite nas fissuras sempre que puder. Vai ajudar a curar: foi uma dica das enfermeiras que me assistiram e resultou: amamentei durante 14 meses!
Abraço
Isa
...e quando Aninha enjoar de leite, eu divido meus chocolates com ela!!!!!!!!!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
xeros!
Ana Luiza é "meu pastor"... nada me faltará!!!!!!!! VIVA!!!!!!
ANINHA TE DEIXOU MAIS LINDA QUE QUALQUER DR. IVO PITANGY...
- TU ÉS LINDA, MÃE...
igualzinho a minha Anna Luísa !
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