domingo, 1 de janeiro de 2023

BEM-VINDA, FADA MANU!

Ela chegou e eu nem tive como postar aqui... Veio no dia em que decidiu, ignorando a cesárea já agendada. Perdi o tampão mucoso por volta do meio-dia da sexta, 38 semanas e 6 dias... As dores intensificaram, eu fui aguentando até a noite, esperando mamãe chegar da viagem... Às 23h fomos eu e Amilson buscá-la no aeroporto, deixamos Ana Luiza e Fernanda na casa dela e seguimos para o hospital. Não tinha como esperar mais...

Manu nasceu na madrugada do sábado, 3 de dezembro, às 2:26h. Tinha mecônio na placenta, a pediatra desesperou-se. Eu vi realmente a saturação baixando um pouco, pegaram o baby puff e decidiram levá-la para a UTI. Quando ela saiu da sala a saturação estava acima de 94 com certeza. Se fosse eu no Guararapes teria mandado para o berçário, mas cada hospital tem seu protocolo... Ela ainda ficou 1h no CPAP, jamais saberei se por necessidade ou por caqueado... O fato é que passou 24 horas na UTI, e eu confirmei que ficar longe do RN, mesmo tendo a consciência de que ela não estava grave, não é uma boa sensação para a mãe...

Nas 24h seguintes tive muita dor. Talvez tenha falado muito antes da hora, enchido a barriga de gases... Também não fizeram morfina pós cirurgia... A questão é que senti uma dor incomensurável... Foram realmente 24h bem difíceis... Isso longe de Manu... A cabeça da mãe tem que estar muito boa... No domingo ela veio pro quarto e a dor começou a diminuir. Na segunda-feira 5 de dezembro fomos liberados e viemos para casa.

Nesses 29 primeiros dias de vida ela vem tendo cólicas, se abusando sem motivo, dormindo pouco à noite... Nada diferente de um RN normal. Ou então a idade me trouxe algum amadurecimento nesse sentido... O que eu consigo afirmar com certeza é que o amor chegou junto com ela, o que já torna tudo diferente do que aconteceu com Lulu e Nanda. Talvez torne um pouco menos difícil também... Fernanda tem dado trabalho nessa 1ª fase, querendo tomar a frente de coisas que ela não deveria fazer, como se Manu fosse a boneca dela... Parece bonitinho, mas atrapalha demais. Ana Luiza, pra variar, tem ajudado bastante... 

Eu queria deixar registrado o nascimento de Manu nesse início de 2023. Existem outros assuntos que quero falar, mas merecem um post à parte. Por hora contemplemos a beleza da minha nova palito de fósforo... 










quarta-feira, 23 de novembro de 2022

37 semanas e 4 dias...



Uma enorme sensação de exaustão... Dói o ombro direito, dói o punho, dói a região cervical posterior... Quando eu levanto, dói a região interna de coxa e o peso da barriga aparece com toda força... Minhas pernas estão retendo líquido e com a sensação de cansaço... Tô realmente não suportando mais, porém suportando porque não há outra opção...

Fernanda na semana de provas sem conseguir aprender nada, por preguiça, por déficit de atenção, por falta de uma mãe que a apoie... E eu não consigo apoiar ninguém agora, mal estou conseguindo me manter de pé... Queria na verdade que esse ano letivo acabasse...

Aquela frustração infinitamente grande de passar por dificuldades financeiras após 13 anos de formada... De não ter para onde correr (eu nem poderia correr, mesmo que tivesse para onde... 😒)... De ter cartões recusados, usar um celular terrível e não ter como comprar outro... Vontade de chorar, mas nem isso consigo...

Só quero que passe... Já deu...


sexta-feira, 18 de novembro de 2022

QUERIA AMAR ESTAR GRÁVIDA, MAS...


36 semanas e 6 dias... Não tem sido nada fácil... Boatos dizem que Manuela não vai esperar até o dia 5 de dezembro... Sinto dor pélvica diariamente, basta ficar de pé. Piora no final do dia e está associada à lombalgia. Se me deito em decúbito dorsal, não consigo respirar; se me deito em decúbito lateral, direito ou esquerdo, as costas doem. Muitas demandas ainda dependem de mim, e a cada dia eu me sinto menos operante para realizá-las...

Manuela mexe como uma louca e isso me dá náuseas. E tenho sono, muito sono. Na verdade é mais do que sono, é exaustão. 

Hoje rezei pedindo a Deus para ela chegar logo, mas que fosse feita a vontade dele, não a minha, porque é provável que eu não saiba o que digo...

Seguimos...

domingo, 6 de novembro de 2022

35 semanas...


Praticamente 6 meses após o último post. É necessário sempre esse período de ausência diante das mudanças. Mas como pretendo voltar a registrar muita coisa, aqui estou eu.

Hoje estou com 35 semanas e 1 dia. Meu bebê é outra menina, chamará Maria Manuela: Deus está conosco. Ele está sempre conosco. O princípio, como todos viram, foi difícil, mas Manu conseguiu se inserir na nossa rotina de um jeito bem adaptado. O Capitão mostrou que o tempo favoreceu seu amadurecimento: o jeito como ele está lidando com a paternidade nem de longe se compara à gravidez de Lulu. Fernanda está empolgada com a possibilidade de ser irmã mais velha, e talvez isso a ajude a amadurecer (ou talvez não, só o tempo dirá...). Ana Luiza está feliz também, mas do jeito dela, dentro da adolescência e seus conflitos. E eu estou feliz, embora reclame tanto...

Reclamo do peso da barriga, realmente está incomodando bastante. Mas sei que faz parte, vai passar, se Deus permitir no dia 5 de dezembro, data escolhida para a cesárea eletiva. Ninguém aqui pretende entrar em trabalho de parto ou parir normal. Faltam 29 dias e eu vou tentar pensar em cada um individualmente, porque 29 é muito tempo... 

A situação financeira não está legal. Mas Deus está conosco. Sempre esteve, nunca deixou faltar nada. Eu realmente não sei como se dará, mas as contas serão quitadas. Apenas aguardarei...Já apareceu uma possibilidade de licença maternidade por 120 dias com a qual eu nem contava... Para mim, já é um milagre...

Não sei se conseguirei dar conta das duas pós... Nesse momento, com a barriga tendo contrações de treinamento frequentes, estou tentando assistir a um vídeo sobre Bioestatística... Na semana que vem terei que me dedicar aos assuntos do IMIP... Só o tempo também dirá se vai dar certo ou não...

35 semanas e 1 dia... Estamos caminhando...

quinta-feira, 12 de maio de 2022

E LÁ VAMOS NÓS OUTRA VEZ...

 


 Lá atrás, nos tempos em que sonhar fazia parte da minha rotina, eu já quis ter uma família grande. Nunca me imaginei mãe, é verdade, mas pensava em casa cheia. O tempo passou e esse desejo, juntamente com vários outros, foi adaptado à realidade: tenho boletos, o custo de vida é alto, não quero morrer trabalhando, logo, não posso ter muitos filhos. Ponto final.

Tenho a impressão de que estava escrito: Marcella será mãe de Ana Luiza e só. Mas eu decidi inventar. Assumi (sem ter a menor ideia do que estava fazendo) a responsabilidade de ser mãe também de Maria Fernanda: "Eu consigo, claro!", foi o que argumentei. Resultado: Maria Fernanda deu um nó tão grande na minha vida que até hoje não foi desfeito, e tenho a impressão de que não será nunca mais... Se eu fosse escrever o que ficou bagunçado depois dela seriam precisos vários posts... Eu não enxergo no fim do túnel aquela luz que poderia me tranquilizar dizendo "Calma, vai ficar tudo bem...". Pelo contrário, a cada estação a viagem se torna mais difícil. E o pior é que já não consigo mais me imaginar seguindo um caminho sem ela...

Deus, porém, acredita que eu preciso ser lapidada ainda mais um pouco. Deve olhar para mim e pensar: "Não, não, ainda não aprendeu o suficiente". Provavelmente existe alguma coisa na maternidade que eu ainda não descobri e fico tentando buscar fora dela, então o Senhor disse "Vou dar mais uma chance". E assim começou a história da minha segunda gestação... 

Estou com 9 semanas e 5 dias. Nada foi planejado. Pra ser sincera, o que eu planejei na minha vida saiu sempre atravessado... Esse bendito casamento, por exemplo, que nunca foi o que eu pensei que seria... Inclusive Amilson está vivendo como se não existisse gestação, mas eu nem quero falar disso... Minha vida (?) acadêmica, que morreu antes de começar. Minha situação financeira, sem comentários. Enfim, essa gestação é mais uma coisa fora do planejamento com a qual tenho que lidar, e não estou sabendo, como nunca soube...

Não estou triste, também não estou feliz. Mas essa sensação já é nossa velha conhecida (vide esse post), vai passar com o tempo (sempre passa). Ana Luiza é a coisa mais maravilhosa da minha vida, embora em 2009 eu nem imaginasse isso. Maria Fernanda também é o toque apimentado especial dos meus dias, capaz de arrancar simultaneamente sorrisos e gritos. Essa criança saberá, no tempo certo, ocupar seu lugar dentro da minha rotina, tudo se ajeita. Eu me permito não suspirar com sapatinhos de tricô enquanto ainda for sonho a ideia de não depender de cheque especial...

9 semanas e 5 dias. Uma viagem que está apenas começando. Que Deus nos ajude...


terça-feira, 26 de janeiro de 2021

A VOLTA DOS QUE NUNCA FORAM...

Olá, Veleiro!

Sim, eu decidi voltar a escrever. Preciso demais disso aqui. Reli minhas postagens ontem, mostrei algumas a Ana Luiza... Como foi importante para mim esse momento!... Então, enfim, voltei.

Ana Luiza agora é uma moça de praticamente 11 anos. Gosta de gamesanimes, vê todos os vídeos de Naruto. É super inteligente, mas não curte muito essa história de estudar... Tem interesse por atividades esportivas (o completo oposto da mãe). Não acorda mais tãããão cedo e, dependendo do horário, engole todo mundo igual um dinossauro brabo... :D Continua sendo o farol que ilumina o mar da minha vida, mostrando o caminho sempre...

Maria Fernanda, com seus quase 7 anos, é uma explosão. Nada que ela toque na vida de alguém permanece do mesmo jeito. Incrível a capacidade de deixar de cabeça para baixo até o que aparenta ser mais firme... Tem hiperatividade, déficit de atenção, dificuldade de aprendizado na escola, vitiligo, dermatite atópica, sigmatismo... Com ela o que geralmente é fácil torna-se complicado. Mas é uma menina linda e cativante. Sabe se maquiar melhor do que qualquer um (melhor que a mãe com toda certeza...). Adora dançar, mas se interessa por funk, passinho, pagode... Cuida de todo mundo que estiver perto dela, com a mesma intensidade com que testa a nossa paciência. É ela quem faz meus dias ficarem mais desesperados coloridos...

O Capitão é um homem melhor, sem sombra de dúvida. Amadureceu. Enxerga a mim e às meninas como sua família. É o pai e chefe da casa. Acho que ainda formamos uma bela dupla. ;)

Profissionalmente, não fiz residência em pediatria nem em nada nessa minha vida. Atendo numa clínica popular e quase não tenho pacientes... Meu colega de clínica tem 40 anos de profissão, de modo que todas as mães preferem agendar consulta com ele... :( Esse é só um comentário relevante porque me sinto meio triste com essa história, e quero rir disso daqui a alguns anos... Mas estou bem no meu posto de saúde. É preciso destacar que sou feliz trabalhando onde trabalho. Quero me lembrar disso daqui a uns anos também...

E é isso. Feitas as atualizações, continuemos a navega daqui...








domingo, 23 de junho de 2019

ÂNCORA

Pensei que esse dia nunca chegaria, mas acho que desaprendi a escrever. Não estou nem falando do ato de escrever em si, já que esse a câimbra do escrivão me roubou faz tempo. Eu acho que não consigo mais colocar meus sentimentos num papel (ou numa tela, como queira). Havia algo de mágico em refletir sobre minha vida através de textos, uma possibilidade de mudar ou fazer diferente. Estou com (quase) 37 anos e acho que a magia acabou.

Hoje, em particular, sinto-me esvaziada. Fisicamente, já que dei plantão noturno ontem e não consigo mais dormir bem no hospital; mentalmente, pelo excesso de responsabilidades e demandas que me são solicitadas todos os dias; vazia na alma, como se tudo o que fosse meu (só meu) tivesse murchado pela falta de cuidado ao longo do tempo. Sinto que, por ter entregue tudo o que possuía, não tenho mais onde repousar a cabeça. A maternidade (sempre ela) toma todos os meus espaços: eu sou mãe em tempo integral, principalmente de Fernanda. Ela precisa aprender, mas o déficit de atenção impede que ela acompanhe os conteúdos na escola; precisa dormir, mas a hiperatividade não deixa; precisa se desenvolver sozinha, mas o medo do abandono faz com que ela fique grudada em mim. E me sufocando, a cada dia mais. Ainda que exista amor.

Estando internamente vazia, como eu conseguiria viver o amor? Falo dele em todas as suas formas. Já entreguei tudo o que podia, de modo que não consigo aumentar a temperatura do meu coração: ele vive morno. Um casamento morno, ainda que exista amor. Ele está lá, escondido, só que, por mais que me esforce, não consigo alcançá-lo com as mãos. Tenho mil demandas me puxando para o lado prático da vida. Tenho que pensar no jantar, tenho que tirar Fernanda do banho interminável dela. O celular vai preenchendo as minhas ausências, mantendo tudo morno. E eu não tenho aquela centelha acesa que poderia mudar o rumo das coisas...

Eu, que ansiei tantos anos por mares de calmaria, sinto-me presa à âncora de um destino, onde um dia quis chegar...