sábado, 27 de agosto de 2011

RAZÕES PARA FICAR TANTO TEMPO LONGE DO BLOG

Não sou muito paciente com a lentidão da internet.

Às vezes fico desesperada com bobagens e isso tira meu bom humor.

Tem dias que não tenho a menor vontade de ligar o computador.

Ana Luiza dá um trabalho danado, e quando ela dorme eu prefiro assistir à televisão.

Tô com tanta preocupação na cabeça que não tenho inspiração para posts maternos.

Atualmente a maternidade tá sendo só uma parte das minhas inúmeras funções.

Mas visito os blogs amigos, ok?

"Eu não sou tão triste assim. É que hoje eu estou cansada."
(Clarice Lispector)






quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A PEDIDOS, UM POST DE UTILIDADE PÚBLICA!

Meu povo, escrever um post sobre primeiros socorros para crianças é muita responsabilidade... Mas, atendendo a pedidos, vou tentar dar umas dicas que aprendi na faculdade, ok?

Os tipos de acidentes passíveis de acontecer com as crianças dependem da idade em que elas estejam. Crianças pequenininhas sofrem mais com engasgos, até leite pode acabar descendo pelo lado errado da garganta...Quando começam a crescer e descobrir o mundo, podem engolir objetos, queimarem-se no fogão, afogarem-se... Sei que é assustador só de pensar, mas asseguro que a reação dos pais ou responsáveis pela criança na hora do acidente é muitíssimo importante, pode significar a diferença entre vida e morte. Até porque nem sempre há um hospital por perto (já pensaram nisso? O hospital mais perto da casa de vocês fica a quantos minutos de distância...

A primeira coisa a fazer é também a mais difícil: manter a calma. Um adulto nervoso só piora as coisas. Imagine que seu filho já está assustado o suficiente e que você é o único porto seguro para ele; além do mais, ninguém consegue fazer nada no desespero. Se tiver outro adulto com você, chame-o e peça para que providencie o transporte para o hospital: pode ser ligando para uma ambulância, pode ser pegando a chave do carro e tirando-o da garagem. O importante é que vocês consigam levar a criança para ser vista por um médico o mais breve possível.

Se a criança se engasgou com comida ou se sufocou com catarro, segure-a de barriga pra baixo (se for um bebê) ou incline-a para frente (crianças maiores) e bata no meio das costas, entre os braços, com a mão aberta. Mas bata com certa força, nessa hora alisar as costas da criança não dá muito resultado... Nas crianças maiores de 2 anos o melhor é colocar-se por trás dela e abraçar-lhe na altura da cintura. Coloque seu punho fechado em cima do umbigo dela e comece a apertá-la com força, direcionando levemente para cima. Essas manobras devem ser repetidas quantas vezes forem necessárias, e lembre-se de que é importante chamar ajuda para ir a um hospital, rápido.

Se a criança engolir algum objeto estranho, primeiro abra a boca dela e tente retirá-lo, se ainda estiver visível, fazendo um gancho com seu dedo indicador. Nessa hora, atenção: cuidado para não empurrar o objeto garganta abaixo. Depois faça as mesmas manobras para desengasgo e leve ao hospital.

Uma situação comum com crianças maiores é a ingestão de substâncias químicas. Outro dia peguei no plantão uma menina que achou legal comer a pastilha sanitária do banheiro (é sério!)... Nesse caso é prudente não dar nada para a criança beber e levá-la imediatamente ao hospital. Não dê leite, água com açúcar, nada disso, porque pode acelerar a absorção de algumas substâncias químicas e piorar o processo. Também não provoque vômitos, alguns produtos podem ser cáusticos e queimarem a garganta. Cada substância química tem um jeito diferente para ser removida do organismo, então é sempre melhor pedir ajuda médica nos casos de intoxicação. E leve a embalagem do produto, se possível, facilita muito o nosso trabalho!

Bom, é isso. Eu sei que não é fácil lidar com crianças vítimas de acidentes domésticos, eu mesma fiquei muito estressada quando Lulu se engasgou com o remédio. Mas é importante saber o que fazer nessas horas, e espero que essas dicas tenham ajudado. Podem copiar em seus blogs, se quiserem, tá?

Beijocas!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O DIA EM QUE A MÃE FALOU MAIS ALTO QUE A DOUTORA...

Sábado passado peguei, no final do plantão, uma menina de 4 anos que tinha engolido a tampa de um pen drive. Chegou na urgência quase sem respirar, eu e a outra plantonista corremos, fizemos todos os procedimentos possíveis, afastamos o perigo de vida e transferimos para um hospital de maior porte. Até onde eu sei o objeto foi retirado e ela ficou ótima. 1 x 0 para a doutora.

Hoje eu estava dando o antinflamatório a Lulu, que, como já foi dito, odeia tomar remédio. Dei a dose com uma seringa direto na boquinha dela e coloquei-a de pé no meu braço, para que chorasse, como de praxe. Só que Lulu não chorou. Olhei pro rosto dela e vi que estava rôxa, mole, sem movimentos: traduzindo, tinha se engasgado com o remédio e estava sufocando. Aí, minhas amigas, a casa caiu.

O lado racional do meu cérebro deve ter assumido o controle de todos os movimentos do corpo, porque inacreditavelmente consegui virá-la e iniciar as manobras para desengasgo. Mas a única coisa da qual consigo me lembrar é uma voz gritando na minha cabeça: "Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! Ela tá sufocando! Ela não tá respirando! Ai, minha Nossa Senhora! Ela vai morrer!". Eram duas Marcellas naquela hora: a médica que aplicava as lições aprendidas na faculdade e a mãe desesperada na iminência de perder a filha. Foi chocante.

Graças a Deus (e só a Ele!), numa das vezes que apertei o diafragma de Lulu ela vomitou o remédio e meio quilo de catarro que estavam atrapalhando os pulmões. Então começou a chorar e as minhas pernas puderam tremer em paz... Mas, minha gente, o que foi aquilo??? Que coisa horrorosa, que sensação terrível, a pessoa tem um filho e minutos depois quase o perde??? Minha bebê, minha cabritinha linda, completamente cianótica e sem reação nos meus braços, foi definitivamente uma das piores sensações que já tive na vida, só comparável ao dia em que perdi meu pai! Pelo amor de Deus...

Sem sombra de dúvidas, cuidar do filho dos outros é infinitamente mais fácil...

P.S.: Perdi 3 quilos desde que o pai de Lulu foi embora. Ao menos essa tristeza toda tá trazendo algo de bom... rsrsrs

domingo, 7 de agosto de 2011

PRIMEIRO, A AULA. DEPOIS, A GRIPE...

É batata: mês de volta às aulas significa aumento no número de pacientes nas emergências pediátricas. Trabalho em uma e sei muito bem do que estou falando. É o maravilhoso mundo da disseminação dos vírus, trazendo seus resfriados, amigdalites e diarréias... =P

Dessa vez, porém, a novidade é que a doente é Lulu: na sua primeira semana de aula, já conseguiu pegar uma gripe daquelas... Febre, muita tosse, muuuuito catarro, falta de apetite, garganta doendo e o dia todo querendo colo de mãe. De mãe mesmo, nem o colo da avó serviu! Tô aqui aprendendo a arte de fazer TUDO com uma criança no braço. Tomar banho mesmo tá sendo uma beleza...

A questão é que eu descobri as desvantagens de ser médica nessas horas. Primeiro, a gente não tem nem o direito de se desesperar quando ouve a palavra virose. Esse é um daqueles diagnósticos que irritam as mães, não é? Parece que virose é tudo o que o médico não sabe o que é ou como se trata (digam se estou mentindo!), e quando dizem que a criança está com virose significa que não vão fazer nada de concreto a respeito. Ocorre que eu sei: não há remédio pra matar vírus. Não tem muita coisa pra fazer, tudo vai ser paliativo, só resta esperar mesmo. Se eu mesma tô dando o diagnóstico, vou me revoltar com quem?

Segundo, a pessoa fica em dúvida se toma as condutas por si mesma ou leva a um serviço de pronto atendimento pra ser examinada. Porque convenhamos: o atendimento nas emergências é um saco, não é? Demora pra caramba, tem gente pra caramba e geralmente os plantonistas prescrevem logo uma injeção. Tenho licença pra falar, porque faço de tudo pra não prescrever remédio injetável (já falei sobre isso aqui), mas conheço vários colegas que ainda acreditam que o melhor na urgência é furar a criança (aliás, tem muita mãe que prefere a injeção, sabiam? Vai entender...). Eu auscultei o pulmão de Lulu, olhei a garganta, iniciei xarope, antinflamatório, soro nasal, mas, sei lá, fiquei insegura... Cuidar do filho dos outros parece mais fácil...

Enfim, levei-a pra urgência hoje de manhã. Não disse que era médica (nunca digo) nem falei que já tinha iniciado um tratamento. O pediatra examinou (tá, isso eu posso falar: examezinho mixuruco ele fez. Sou mais o meu...), escreveu, por fim passou uma receita com os mesmos remédios que eu já estava fazendo. Bom, pelo menos confirmei que sei tratar direitinho dessas coisas...

Então, cá estou eu me preparando para um noite em que não irei dormir... Mãe dorme com filho doente? Tossindo, chorando, com dor? Lulu só está conseguindo descansar um pouquinho porque está no braço, numa posição em que o catarro não sufoca tanto o nariz. Ainda bem que não vou trabalhar amanhã... A SKY será minha companhia nesta madrugada... rsrsrs

E um remédio testado na prática: Profenid pediátrico. Recebi um bocado de amostras no hospital há alguns meses e resolvi testá-lo agora em Lulu. Já conhecia os efeitos em adultos, mas estou vendo que realmente é um antinflamatório eficaz mesmo em crianças. Lulu não chora de dor ao tossir depois que eu dou uma dose dele. Claro que até ela aceitar engolir o remédio é uma via crucis, mas isso não vem ao caso... Tem gosto de tutti frutti. #FIKADIKA

Beijocas!


terça-feira, 2 de agosto de 2011

O PRIMEIRO DIA DE AULA DE LULU

Eu escrevi um post enooorme sobre o primeiro dia de aula da vida de Lulu e o Blogger engoliu! Tô com ódio!

Vou resumir: terei que voltar a trabalhar de segunda à sexta, então precisei adiantar a ida de Lulu à escolinha. Escolhi um hotelzinho próximo da casa de mamãe (para dar um suporte), cujos donos são conhecidos meus da Igreja. Lulu encarou muito bem essa nova etapa, fez amizade com as outras crianças, brincou, assistiu aos DVDs, chorou só um pouquinho. Ela ficará na escola todos os dias pela manhã e à tarde mamãe ficará com ela, assim não fica pesado pra ninguém.

Também fiquei muito tranquila quanto à entrada de Lulu na escola. Ela é uma criança bastante sociável que tem uma mãe despreocupada. Sempre achei lindas aquelas crianças com suas mochilas indo pra escola, foi muito bom ver que era a hora da minha bebê ir. Depois, somos só eu e Lulu agora, preciso ter com o que pagar nossas contas. Estarei chegando em casa antes das 5 da tarde, tempo suficiente para dar banho, jantar e brincar antes de dormir. Os filhos estão bem se as mães estiverem bem. E eu estou.

Ana Luiza ganhou até uma agendinha escolar! Meu Deus, é uma moça! =)

Até a próxima!