quinta-feira, 12 de maio de 2022

E LÁ VAMOS NÓS OUTRA VEZ...

 


 Lá atrás, nos tempos em que sonhar fazia parte da minha rotina, eu já quis ter uma família grande. Nunca me imaginei mãe, é verdade, mas pensava em casa cheia. O tempo passou e esse desejo, juntamente com vários outros, foi adaptado à realidade: tenho boletos, o custo de vida é alto, não quero morrer trabalhando, logo, não posso ter muitos filhos. Ponto final.

Tenho a impressão de que estava escrito: Marcella será mãe de Ana Luiza e só. Mas eu decidi inventar. Assumi (sem ter a menor ideia do que estava fazendo) a responsabilidade de ser mãe também de Maria Fernanda: "Eu consigo, claro!", foi o que argumentei. Resultado: Maria Fernanda deu um nó tão grande na minha vida que até hoje não foi desfeito, e tenho a impressão de que não será nunca mais... Se eu fosse escrever o que ficou bagunçado depois dela seriam precisos vários posts... Eu não enxergo no fim do túnel aquela luz que poderia me tranquilizar dizendo "Calma, vai ficar tudo bem...". Pelo contrário, a cada estação a viagem se torna mais difícil. E o pior é que já não consigo mais me imaginar seguindo um caminho sem ela...

Deus, porém, acredita que eu preciso ser lapidada ainda mais um pouco. Deve olhar para mim e pensar: "Não, não, ainda não aprendeu o suficiente". Provavelmente existe alguma coisa na maternidade que eu ainda não descobri e fico tentando buscar fora dela, então o Senhor disse "Vou dar mais uma chance". E assim começou a história da minha segunda gestação... 

Estou com 9 semanas e 5 dias. Nada foi planejado. Pra ser sincera, o que eu planejei na minha vida saiu sempre atravessado... Esse bendito casamento, por exemplo, que nunca foi o que eu pensei que seria... Inclusive Amilson está vivendo como se não existisse gestação, mas eu nem quero falar disso... Minha vida (?) acadêmica, que morreu antes de começar. Minha situação financeira, sem comentários. Enfim, essa gestação é mais uma coisa fora do planejamento com a qual tenho que lidar, e não estou sabendo, como nunca soube...

Não estou triste, também não estou feliz. Mas essa sensação já é nossa velha conhecida (vide esse post), vai passar com o tempo (sempre passa). Ana Luiza é a coisa mais maravilhosa da minha vida, embora em 2009 eu nem imaginasse isso. Maria Fernanda também é o toque apimentado especial dos meus dias, capaz de arrancar simultaneamente sorrisos e gritos. Essa criança saberá, no tempo certo, ocupar seu lugar dentro da minha rotina, tudo se ajeita. Eu me permito não suspirar com sapatinhos de tricô enquanto ainda for sonho a ideia de não depender de cheque especial...

9 semanas e 5 dias. Uma viagem que está apenas começando. Que Deus nos ajude...


Um comentário:

Kelly Resende disse...

Oi Marcella, quanto tempo não entrava nos blogs e só hoje vi seu post. Espero que tudo esteja indo bem e que as coisas se ajeitem. Recomeçar a maternidade depois de um tempão deve ser bem complicado mesmo, mas espero que tudo dê certo.
Abraços