terça-feira, 31 de dezembro de 2013

HAPPY NEW YEAR...

Nunca Drummond esteve tão certo. É preciso pensar nisso em todos os dias de 2014. Há de se fazer contenções absolutas de despesas e calorias, para que o ano passe sem deixar sequelas... Há de se ter objetivos, manter o foco, mirar naquilo que nos faz feliz. Evitar aborrecimentos desnecessários, raivas desnecessárias... A vida passa tão rápido... Nem tudo precisa ser levado tão a sério...

Um ano novo cor de arco-íris, com este Veleiro de novo em alto-mar, é o que desejo para todos nós!

RECEITA DE ANO NOVO
Carlos Drummond de Andrade
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.


terça-feira, 6 de agosto de 2013

QUANDO É PRECISO OPTAR PELO QUE MAIS IMPORTA...

Estive pensando que muita coisa na nossa vida é apenas uma questão de escolha. Vivemos mal, estressados, preocupados, muitas vezes porque não sabemos dar prioridade aos afazeres e nem temos coragem de assumir aquilo que realmente importa, deixando de lado as convenções. Tenho chegado à mesma conclusão: não fazemos as pausas necessárias para repensar o nosso dia a dia, e assim vamos perdendo a oportunidade de evoluir.

Faço parte da geração de mulheres que cresceram lutando pela sua independência financeira. O foco sempre foi concluir o ensino médio, entrar na faculdade, trabalhar. Sei que só levo essa vida tranquila, morando em apartamento próprio, pagando meu próprio carro, porque tenho minha profissão. Mas venho pensando - há muito tempo - que tudo isso exige de mim um tempo precioso, que poderia estar sendo aproveitado com atividades que me fizessem mais feliz. Difícil era admitir que a médica independente e bem resolvida, na verdade, queria ficar em casa e cuidar do almoço da filha...

Não é verdade que não gosto do que faço. A sensação de ter ajudado uma criança a superar algum problema de saúde é maravilhosa. Entretanto, em 6 anos de faculdade e 4 de exercício da profissão, não aprendi a fazer da Medicina a minha vida. Tenho necessidade de respirar ares que não sejam os do consultório ou hospital, de conversar sobre assuntos que não sejam doenças. Não tolero trabalhar 24 horas seguidas: preciso dormir em casa, na minha cama, com a minha Lulu. Acho a carga horária a que os médicos se submetem desumana. Enfim, devo ser a ovelha negra da família de Hipócrates...

Pela total incapacidade de trabalhar à noite mantendo o bom humor, os plantões noturnos das sextas-feiras vinham sendo a minha via-crucis semanal. Uma noite mal dormida e um dia seguinte me arrastando pelos cantos da casa. Mas trabalhar à noite tem suas compensações - traduzidas nos adicionais no salário e na produtividade - e eu tenho meus gastos, de modo que fui suportando durante os últimos 20 meses. Até chegar o momento em que a sanidade mental falou mais alto.

Comuniquei hoje à minha chefia que estou desistindo do plantão. Abri mão de um dinheiro que talvez faça falta daqui a alguns meses, em troca de ter um final de semana inteiro em casa, cuidando de mim e da minha princesa. Optei por arriscar. Há opiniões contrárias. Algumas pessoas ainda estão presas à convenção de que médico deve ter um patamar financeiro x, conseguido às custas de 60h semanais de trabalho, e acham estranho eu me contentar com um carro usado, um apartamento no subúrbio, de 57m2... Não estou aqui fazendo apologia à simplicidade. Gosto de gastar, ir a restaurantes várias vezes na semana, comprar sem olhar o preço. Mas gosto muito, muito mais de ter tempo livre. Ir à praia todo sábado, dormir em casa todo dia, levar Ana Luiza pra escola e depois passear com ela no shopping à tarde. Não consegui fazer da Medicina a minha vida. Minha vida é Ana Luiza.

E é isso.

domingo, 28 de julho de 2013

O BEBÊ REAL E A CESAREANA

Não estou grávida e por enquanto não há previsão para isso acontecer de novo, mas trabalho em maternidade e este assunto sempre vem à tona, principalmente depois do nascimento do filho da princesa: qual a melhor via de parto, normal ou cesárea? Na minha opinião, há mais questões relacionadas a essa escolha do que sonha a nossa vã filosofia...

Não há dúvidas: para o bebê é sempre melhor nascer pela via natural. Entrar em trabalho de parto estimula a maturação pulmonar, expulsa o líquido que está dentro dos pulmões, melhora a respiração do bebê após o nascimento... Mesmo os prematuros nascem mais preparados para enfrentar o mundo se a mãe parir por via vaginal. Além de tudo isso, parir avisa ao cérebro que já é hora de soltar o leite e é uma ajuda na hora de amamentar.

Aí se conclui: Marcella é pediatra, está escrevendo essas coisas, Ana Luiza então deve ter nascido de parto normal, certo? Errado. Não entrei em trabalho de parto, não senti dores, não tive um centímetro de dilatação. Mesmo que fosse meu sonho parir naturalmente, não teria conseguido. Ocorre que minha cesárea já estava marcada para a 38ª semana, e lá fui eu, linda e ruiva, dar à luz numa mesa de cirurgia. Oito horas depois estava andando pelos corredores da maternidade, indo ao banheiro sozinha e posando para fotos. Simples assim.

Então eu acho o seguinte (e lá vai a polêmica): a melhor via de parto é aquela para qual a mãe está preparada. Para aquela que sonhou os 9 meses com o momento de "fazer força de cocô" e colocar seu bebê no mundo, o melhor é parir normal. Conheço mães que quase enlouqueceram depois que passou a anestesia da cesárea, sentiam dores, não conseguiam andar, e a metade desses sintomas era mais frustração por não terem parido por via vaginal. Mas para aquelas que - como eu - não fazem nem a sobrancelha por medo da dor, recomendo que partam para a faca. É menos traumatizante. 

Na Pediatria há uma "ditadura" do parto normal. A médica que defende a cesárea é excomungada. É quase como amamentar: se você diz que não consegue (ou não quer), está condenada a ser taxada de péssima mãe. Bobagem. Não há regras na maternidade. Nasci de cesárea, não mamei e não há mãe mais cuidadosa que a minha (até hoje). Ana Luiza vai pelo mesmo caminho. O importante é receber seu filho com amor, seja por parto vaginal, seja pela cesárea. Essa escolha definitivamente não define que tipo de mãe você vai ser.

E tenho dito.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

TERMINANDO UM RELACIONAMENTO COM CLASSE (ou "Rede Social Não É Diário")...

Pra mim sempre foi estranho ver casais que convivem juntos - seja namoro ou casamento - por algum tempo e, depois que se separam, passam a manter um relacionamento hostil. Entendo que sentimentos acabam (nem fale!...), mas deveria haver ao menos respeito pelo que foi vivido. Quer dizer que o cara é um idiota, insensível, cafajeste, e você nunca percebeu???? Então, desculpe, mas você também tem culpa no cartório.

Não é particularmente o meu caso. Eu e o pai de Ana Luiza mantemos uma boa relação, bastante amigável. Costumo dizer, inclusive, que nesses 16 anos ele nunca mudou: é o mesmo de quando começamos a namorar. O que mudou talvez tenha sido a visão que cada um de nós tem da vida, os objetivos a serem perseguidos e os caminhos pelos quais optamos seguir. Mas tenho exemplo recente na família de um casamento que acabou antes do 1º aniversário, e venho acompanhando uma sucessão de posts desnecessários nas redes sociais. Aliás, rede social não é para isso...

Concordo que, se o relacionamento acabou, ambos tem direito de reconstruírem suas vidas com outras pessoas. Concordo também que, se você está feliz, quer mostrar sua felicidade para todos, e ninguém tem nada com isso. Entretanto, cabe o bom senso. O divórcio nem saiu e você já posta uma foto ao lado do novo "grande amor da sua vida"? Feio, muito feio. É preciso lembrar que familiares e amigos do(a) ex tem acesso às suas atualizações, e fica chato. É preciso lembrar que você foi acolhido(a) por esta família no dia do seu casamento, e que não é legal faltar com respeito a essas pessoas. No mais, retomando o que já foi dito, se o(a) ex era tão ruim assim e você não viu, o cego da história não sou eu...

Por motivos óbvios, cancelei a amizade com essa pessoa, pelo menos no mundo virtual. Esse foi o meu protesto. ;)

Até a próxima. 


quarta-feira, 10 de julho de 2013

TEMPO DE PAUSAS

Sempre importante, na vida, fazer pausas. Vivemos correndo, cumprindo obrigações, fazendo o "social", mantendo regras de boa convivência. Cada um acha seu jeito pra suportar as dificuldades diárias, muitas vezes fingindo que elas não nos atingem. Já leram aqueles livrinhos dos anos 90, em que a personagem fazia o "jogo do contente" cada vez que algo não saía conforme o esperado? Pois é... Em certas ocasiões passamos o dia fazendo o "jogo do contente", sem mergulhar profundamente naquilo que nos ofende e, dessa forma, perdendo a oportunidade de cicatrizar as feridas da nossa alma.

Esse Veleiro passou por um momento de pausa. Precisava retornar às primeiras águas, aquelas que não eram lidas por ninguém, mas que verdadeiramente expressavam o que havia no seu interior. Porque nem só de Ana Luiza vive Marcella (embora ela seja parte essencial da minha vida). E este Veleiro não foi criado exclusivamente para a maternidade. 

Senti falta do blog para onde podia correr nas horas em que o coração gritava, sem que fosse preciso escrever uma novidade qualquer dos desafios da maternidade, uma gracinha de Ana Luiza, sei lá, qualquer coisa dita "interessante". Esse espaço, tão único, criador de amizades especiais, tornou-se uma timeline de rede social. Ficou cansativo fazer  "jogo do contente". Foi preciso pausar e começar de novo. Então, o Veleiro está (re-)começando. E o primeiro dia é hoje.

Cortei o antidepressivo - que me fazia viver uma "felicidade eterna", mas superficial - e decidi enfrentar a solidão, que dói há 2 anos, com todos os seus fantasmas. Quando a tristeza bate forte, abro a porta e a deixo ficar o tempo que quiser, para que vá embora naturalmente. Está sendo assim, e dando certo. Até voltei a escrever...

O importante é libertar a alma de pensamentos opressivos, e não fingir que eles não existem. É nesse mar que o Veleiro pretende navegar por agora...

Vamos juntos.

segunda-feira, 25 de março de 2013

NA GUERRA CONTRA AS FRALDAS

 
 
Meu investimento nesse 4º ano de vida de Ana Luiza é tirá-la das fraldas. Já contei aqui que Deus não me dotou de grande paciência, então vigiar xixi de menina sempre foi uma tarefa desagradável, razão pela qual adiei esse trabalho. Mas agora a fralda já está começando a incomodar a própria Ana Luiza, de modo que resolvi ceder. Em casa ela fica só de calcinha e já combinamos de me avisar quando o xixi estiver "na portinha". Isso não tem dado certo em 100% das vezes, claro, mas embora ela nem sempre consiga avisar antes de fazer, ao menos já entendeu que tem que avisar... É um começo... :)
 
Largar a chupeta, ah, esse sim vai ser um desafio muito maior do que aprender a usar o penico...

domingo, 10 de março de 2013

MARÇO, AMIGA ATRIZ E LULU NA ESCOLA: 2013 NEWS!

Pois é, já estamos em março. Lulu completou 3 anos no último dia 3. Não quero comentar demais sobre a festinha dela, que foi muito tumultuada. Resumindo, pensei que havia contratado uma equipe de profissionais para cuidar da decoração e buffet, mas tive que lidar com amadores inexperientes e irresponsáveis que quase arruinaram esse dia tão esperado por mim e pela minha pituxa. Mas, tudo na vida é aprendizado... Sigamos em frente.

É preciso espalhar para o mundo que minha grande amiga de colégio vai estrear na nova novela das seis da Globo. Guardem esse nome: Renata Roberta. Não é porque eu a conheço desde os nossos 10 anos de idade, mas ela é uma talentosíssima atriz que o Brasil vai passar a admirar a partir de amanhã, na pele da personagem Dadá. Não vejo novelas, mas vou fazer questão de assistir dessa vez! E, Faustão, tô aguardando os convites para o Arquivo Confidencial, hein? ;)

Tô feliz por minha amiga conquistar o espaço dela, e meio taciturna por não ter descoberto ainda qual é o meu. Acho que é porque as ofertas de emprego para médicos generalistas rarearam, e pelo menos a curto e médio prazos eu não tenho condições de diminuir minha renda pela metade e ir atrás de uma especialização do tipo Residência Médica... Parece que o meu objetivo não foi plenamente alcançado. Sei lá, o clima nostálgico típico dos domingos deve estar ajudando também... Até voltei ao Veleiro!

Tem também essa solidão e a minha peculiar capacidade de me decepcionar infinitas vezes com a mesma pessoa, pelos mesmos motivos... Uma arte, essa! Devia arranjar um meio de ganhar dinheiro com essa façanha...

Ah, e Lulu entrou na escola. Incrivelmente, estranhou na primeira semana, ela que nunca estranha nada! Mas agora é só amor e carinho pelas tias Nara e Aleide, faz as tarefinhas com alegria e já tem até uma best friend pra contar as fofocas do final de semana. Coisa mais linda da vida de mamãe!...

Êita, tomara que as águas de março tragam uma forma de me livrar dessa nuvem cinza que anda pairando sobre a minha vida...