terça-feira, 23 de novembro de 2010

PADECENDO NO PARAÍSO E BLÁ-BLÁ-BLÁ...

Sei que é clichê começar qualquer post dizendo que ser mãe é difícil. Queiram me desculpar os leitores, mas hoje isso é inevitável. Desde a última quarta-feira - dia do meu acidente - parece que a minha vida está de cabeça pra baixo, tem toda a burocracia do seguro, eu sem saber se o dinheiro que sobrará da indenização vai ser suficiente para dar entrada num outro carro, o risco de passar um bom tempo de ônibus outra vez, porque boa parte do meu salário está indo embora com as prestações do apartamento... Como tudo isso parecia pouco, na quinta-feira Lulu me apareceu com uma febre súbita, sem qualquer outro sintoma, e caiu de cama. Domingo, batizado marcado (demorei tanto pra conseguir conciliar o meu horário com o dos padrinhos dela, ambos médicos...), aquele bolinho básico para comemorar, e Lulu amanhece toda pintadinha de rosa, sem querer conversa com Seu Ninguém. Diagnóstico: uma virose exantemática qualquer, daquelas que se trata com antitérmicos e paciência. Resultado: fora o fato de Lulu ter recebido um sacramento e se tornado filha de Deus, o resto do batizado foi um fiasco.

Só pra constar, agora ela está ótchima! Apenas um pouco magrinha, mas já voltou a destruir a casa, como é de praxe. Passo eu então a pensar na burocracia do seguro, e acabo tendo que faltar alguns turnos de trabalho no posto para resolver as pendências. Não deixei nenhum paciente esperando, remarquei todos, avisei a todo mundo, enfim, fiz o certo (pelo menos eu acho). Acontece que oficialmente eu sou funcionária da prefeitura e devo satisfações aos superiores da Atenção Básica à Saúde do município. Estes partem do princípio de que todo médico é mercenário, quer ganhar dinheiro e não cumpre suas obrigações, então resolvem questionar as minhas faltas como se eu estivesse inventando desculpas para não ir trabalhar, e cobram que eu apresente "declarações de comparecimento", inclusive do Batalhão da Polícia Rodoviária, ao qual fui hoje. Então eu - a vítima - passo a ter que provar que sofri um acidente e estou resolvendo as broncas. Se alguém concorda que isso não está certo, por favor, levante a mão.

Não se avexem os leitores, o post é longo mas tem sentido. Pois bem, vou ter que ir novamente ao Batalhão da Polícia na próxima segunda, porque eles só entregam o BO depois de 7 dias da solicitação, e eu preciso desse documento para enviar à seguradora. Para não levar falta nem prejudicar o atendimento aos idosos, que é feito nas segundas pela manhã, eu combinei com os outros funcionários do posto que irei atender na sexta-feira (minha folga), assim ninguém fica triste. Fui falar pra minha mãe, porque Ana Luiza fica com ela: mamãe faz cara feia e diz "Aí é fogo, Marcella, eu já tinha combinado de ir ao centro da cidade fazer compras!". Agora vejam: eu pedi pra ela ficar com Lulu porque eu iria à praia me divertir? Por acaso estou achando maravilhoso ter que ir trabalhar na minha folga por conta da intransigência dos meus supervisores? Mamãe não admite que eu contrate alguém para ajudá-la com Ana Luiza, mas também não quer abrir mão de nada se eu tiver alguma coisa pra resolver fora do horário já estabelecido. Então é para eu parar de trabalhar e cuidar da minha própria filha, sem dar trabalho a ninguém? Alguém sabe a solução?

Daí voltamos ao ponto da dificuldade de ser mãe. É obrigação da mãe modificar seus planos, adiar projetos e anular uma parte da sua vida para dedicar-se aos filhos, e quem achar o contrário é uma mulher terrível, abominável. Assim pensam a minha própria mãe (que teve de largar faculdade e emprego para cuidar de mim) e o meu digníssimo esposo (que disse ter se decepcionado com o meu comportamento durante a gravidez apenas porque eu não passei os 9 meses suspirando com sapatinhos de bebê...). Então ele acha super natural traçar metas para o próximo ano, planejar entrar numa pós-graduação e tal, mas eu não posso pensar em nada parecido, porque existe um bebê e é meu dever abrir mão de tudo para ficar com ele. Então eu não posso querer ir ao show de Roupa Nova na próxima sexta à noite porque mamãe só fica com Ana Luiza se eu for trabalhar, não se eu for me divertir (aliás, depois de virar mãe a mulher só tem o direito de se divertir com os desenhos do Discovery Kids). E aí quando Ana Luiza tiver lá seus 3, 4 aninhos e adquirir maturidade e independência, virá outro bebê e começará tudo de novo.

Ainda bem que pelo menos eu tenho o Veleiro e minha Coca-cola de 2 litros...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

ACIDENTE

Ontem eu voltava para casa feliz, ouvindo meu CD de Padre Fábio de Melo, pensando em coisas boas para esquecer o trânsito maluco, desorganizado e cheio de motoristas mal educados que enfrento todos os dias pelas ruas do Recife. Aí apareceu um motorista de ônibus que resolveu frear repentinamente, e havia um caminhão-cegonha, daqueles que carregam carros novos na carroceria, no lado esquerdo da pista. Eu e minha vasta experiência de direção achamos que puxar o carro para a esquerda seria uma boa solução: não foi. O caminhão arrastou meu carro e eu rodopiei na pista, batendo de frente contra a mureta de proteção de um viaduto em construção. Fim da viagem para mim.

Não aconteceu abolutamente nada comigo. Fora um galo na cabeça e dores pelo corpo, fisicamente eu tô legal. Meu carro, ao contrário, foi perda total. O guincho da seguradora levou-o para casa e amanhã irá para a oficina, conferir o estrago, mas provavelmente meu golzinho vermelho, comprado com tanto sacrifício e escolhido a dedo, morreu. E por isso, mentalmente falando, eu não tô legal.

No fundo a gente sabe que é uma besteira. Carro é só bem material, paga-se seguro justamente pensando nessas coisas, e depois de concluído o processo - que pode até ser longo - eles darão outro carro pra mim. Mas quando eu fui comprar o meu primeiro carro, com o salário do meu primeiro emprego, não achei que 9 meses depois ele iria acabar assim. Fiz tanta questão de um carro vermelho (marido queria preto), coloquei todos os acessórios que existiam (marido também achou desnecessário), me esforcei para aprender a dirigi-lo (e estava tão feliz por ter conseguido), e agora o que eu vejo pela janela do quarto é uma carcaça irreconhecível. Eu sei que eu tô bem e que apenas isso é importante. Mas por enquanto meu coração ainda tá bem triste...

E foi isso.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

ENFRENTANDO OS 8 MESES

Muuuuito tempo longe, e a culpa é de Lulu. Sim, aquela cabrita anda tomando todas as minhas forças! No final do dia, depois de trabalhar, pegar um trânsito louco e encarar a disposição de Ana Luiza para inventar brincadeiras, confesso, estou tão arrasada que nem penso em ligar o computador! Meu Veleiro, coitadinho, anda a ver navios...

Mas hoje estou tentando ficar acordada para fazer um jantar especial para marido. Ou melhor, vamos falar a verdade: estou tentando me manter acordada para pedir um jantar especial quando marido chegar. Só me faltava cozinhar, não é? Além do mais, não tenho a menor prática na cozinha, então pedir comida é o ideal, embora não seja tão romântico... Enfim, marido só chega lás pras 22h, tô aqui caindo de sono, mas nossa relação precisa urgentemente de um momento de casal. Um bebê muda tudo, acho que boa parte das leitoras sabe disso. Nesses últimos 8 meses parece que só existe Ana Luiza na nossa vida, só assistimos a canais infantis na TV, só saímos para locais que sejam adaptados a crianças, quando ela dorme só temos condições de nos arrastarmos até a cama e dormir também. Como nós dois trabalhamos o dia inteiro e todos os dias, Lulu já percebeu que o final de semana é o momento em que precisa aproveitar a presença dos pais, e então dá um jeito de ocupar cada minuto do nosso dia. E como aquela bebê tem a capacidade de preencher espaços! Nossa! =)

Uma vez li no blog da Fabi, Aprendendo a ser mãe, que alguns casamentos não são à prova de filhos. O jantar especial de hoje é uma tentativa de que o meu casamento não faça parte dessa estatística. Mas Lulu adivinhou e resolveu não querer ir para o berço. Está aqui toda enroscadinha em mim e talvez acabe estragando meus planos. Aliás, Ana Luiza está impossível, e eu sei que é apenas uma fase, mas já estou quase enlouquecendo! =) Ela fica em pé com apoio e agora inventou de querer ficar em pé sozinha, só não percebeu que seus ossinhos ainda não estão preparados para tanto, então POF!, cai de de bumbum no chão. E isso acontece em todos os minutos em que está acordada! UFA!

Ser mãe cansa muuuuito. Tô muuuuito cansada. Chega logo, marido, senão eu vou dormir de verdade...

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

LULU, A TAGARELA

Mêsversário da Lulu (será que é assim que se escreve? 2 acentos na mesma palavra? Ficou estranho...),  8 meses de beleza (apesar daquela hérnia umbilical enoooorme), fofurice e esperteza. Mãe é tudo igual, mas me digam se dá pra resistir a esse falatório todo! =D