sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

BLERGH!


Enjoando muito e com vontade de vomitar. Peraí, tô no primeiro trimestre de novo? Que palhaçada é essa?

Quando a gente pensa que a coisa vai melhorar...

Faltam 5 dias...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

E LÁ SE VAI MAIS UM DIA...


1 semana. À essa hora, daqui a 7 dias, a responsável pelos chutes e remelexos na minha barriga já terá mostrado o ar da sua graça. Fora o tédio, tudo continua do mesmo jeito. Não sinto nada muito diferente, então acho que ela continua lá em cima, o colo continua fechado, nada mudou. Agora também não estou mais nem aí. Dia 3 essa novela acaba. E outra começa.

Ando recebendo um milhão de críticas por ter marcado minha cesariana. Acho engraçadíssima essa mania do povo de pensar que sabe o que é melhor para a sua vida. Se eu é que teria supostamente que aguentar a dor de um parto normal, será que também não devo ser eu a decidir se quero isso ou não? Não tolero nenhum tipo de dor, fico extremamente irritada com ela. Acho que a medicina evoluiu muito para as mulheres ainda terem que parir igual ao tempo das cavernas. O momento do parto normal não desperta em mim nenhuma sensação de beleza, admiração, contemplação pelo milagre que se passa naquela sala: ao contrário, enquanto o bebê não sai o que predomina é angústia. Não gosto daquela posição horrorosa, me agonia ver a mulher se esvaindo em sangue enquanto uma cabeça tenta sair por um buraquinho "destamanhinho", o coração acelera ouvindo o obstetra gritar "Vai, mãezinha! Vai, mãezinha!", e não vou nem falar do cocô (quase 100% das mulheres fazem cocô durante o parto normal, se você não sabia, fique sabendo)! A simples possibilidade de passar por essa situação sempre me causou arrepios, portanto, eu não nasci para isso. Nada contra quem acha o máximo passar 12 horas sentindo contrações, cada vez mais intensas e dolorosas, gritar, fazer força, até expelir de uma vez o bebê: eu apenas não acho.

Para mim até o clima da cesariana é outro. O obstetra, o pediatra e o anestesista ficam conversando potoca, na maior tranquilidade. Você está lá, deitadinha, sem sentir dor alguma, só umas puxadas de vez em quando. Um bom obstetra faz uma cesária em 15 minutos: o bebê sai bonitinho e, se nada der errado, chora logo depois. Quando acaba, você vai para o quarto e pronto.

Eu sei, sou médica, trabalho em maternidade e evoluo crianças nos seus primeiros dias de vida. Não precisam me ensinar que a recuperação da cesária é outra, que a mulher sente dor, que parece que tudo vai se abrir ao menor esforço, e blá-blá-blá. Não adianta, não me convencem. Existem remédios para tolerar a dor, e além do mais ela não dura a vida inteira. De qualquer forma o bebê já está ali, e alguém pode te ajudar a levantar, sentar, tomar banho, essas coisas. Alguém pode parir por você? Me poupem, eu aguento o pós-op da cesária, podem apostar!

E por último tem um detalhe que ninguém está se lembrando. Parto normal implica trabalho de parto, ou seja, o bebê tem que querer sair. São 38 semanas hoje, 9 meses e meio, e alguém está vendo Ana Luiza dar sinal de que quer sair? Do jeito que falam parece que a menina está no canal e eu estou fechando as pernas! Se ela não descer e o colo não dilatar, eu posso querer ter 100 partos normais que não vai acontecer de jeito nenhum! Portanto, vamos deixar de frescura!

Continuo aqui, esperando...


domingo, 21 de fevereiro de 2010

CONTANDO OS DIAS...


10 dias. Já arrumei a malinha dela, a minha, já guardei as roupinhas que mamãe lavou, eu e o Capitão já ajeitamos a cortina e o berço.

Estou sempre respirando fundo e contando até dez para manter a serenidade nesses últimos dias! =)

P.S.: Meu Gol chegou! Viva!!!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

HUMPF!


Mais uma consulta de pré-natal e Ana Luiza super na dela, não dando a mínima para o cansaço da mãe. Marquei o parto para o dia 3 de março, porque também não dá para esperar a vida toda pela decisão dessa criatura. Hoje faltam 12 dias. Vou ter que aguentar essa contagem regressiva irritante...

Ontem eu e o Capitão fomos buscar o carro, no dia e hora marcados, mas a concessionária ainda não estava com ele pronto. Fiquei chateadíssima. Imprevistos acontecem, a queda do sistema de informática do DETRAN de fato não é culpa do vendedor, mas custava ter checado isso antes de eu chegar lá? Tivesse visto mais cedo (não é óbvio?) eu nem teria saído de casa, a decepção teria sido menor. Ficamos lá sentados um tempão e eles nem sabiam dizer o que tinha acontecido! Cada funcionário que se desculpasse, "não foi me passado nada, senhora". E eu quero saber? Se a empresa tem problema de comunicação interna, dane-se, eu quero meu carro, porque já paguei tudo o que foi combinado por ele, vim no dia certo, tenho direito! Mas nem que eu quebrasse aquela concessionária inteira num ataque de fúria teria resolvido o problema.

O resultado é que vamos buscar hoje, no final da tarde. Ainda não estamos satisfeitos por causa dessa horário. Se era para entregar ontem, então eles dessem um jeito (não me importa qual) de deixá-lo pronto pela manhã. O entregador das placas só faz entregas às 5 da tarde? Problema de vocês, meu amigo, ele deveria ter entregue ontem, vocês arranjem alguém para buscar essa placa de manhã que eu quero meu carro antes do meio-dia! Senão eu chamo Cardinot!!!

Às vezes a pessoa queria ter nascido e sido criada na Charneca!

Tenho coisas a resolver ainda hoje, minha barriga está pesando (lógico...) e precisaria ir de carro. O Capitão tem que resolver coisas no banco. Não acredito que vou ter que pedir mais uma vez o carro de mamãe e ter que ouvir todas as recomendações que ela faz, além de ela ficar ligando pra saber onde a gente está e a que horas volta. Juro que achei que hoje seria o primeiro dia de "Liberdade, ainda que tardia!" desde que me casei... Isso me deixa com ainda mais raiva daquela concessionária!

Tem outra: é preciso convencer o Capitão a me levar, porque ele acha que devo ficar em casa, chocando os ovos que eu nem tenho, até o dia de parir. Santa paciência!

Humpf!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

PROCURANDO O NIRVANA


Fui na obstetra hoje e ela fez um toque: nada de Ana Luiza no canal de parto. Colo fechadíssimo, nem sinal de insinuação. Parto prematuro, jamais. A única coisa chata é ter que aguentar todos esses incômodos do final da gravidez ainda por não sei quanto tempo...

Incomoda deitar, mesmo com uma montanha de travesseiros atrás, e dá até pra entender, já que ela continua aqui em cima, chutando minhas costelas. Não tenho vontade de me concentrar em nada, minha paciência (que já não é das maiores) praticamente sumiu. Só quero ficar em casa, porque falta saco até para responder às inevitáveis perguntas da humanidade inteira (sim, porque na primeira gravidez parece que todo o Universo quer saber como você está, se é menino ou menina, quando vai nascer, qual é o nome...). 9 meses respondendo isso já foram suficientes. A pessoa não pode nem varrer o chão do terraço em paz: chega uma vizinha e diz "Tá chegando a hora, né? Já sabe o sexo? E o nome?". Coisa mais irritante!...

Incomoda pensar em estudar pra Residência (coisa que eu consegui bem direitinho por 4 dias na semana passada, depois começaram os atropelos, teve o negócio do carro, apareceram as cólicas e agora a paciência sumiu de novo...). Incomoda também não estudar e ver o tempo passar, e ver a aprovação ir embora e pensar em mais um ano na Charneca. Mas minha cabeça é um ciclone em plena atividade. Passo quinze minutos concentrada nas apostilas, leio, faço resumos, aí Ana Luiza se mexe, dói e eu  lembro daquele colo fechado, sem insinuação... À essa altura o que restava do foco acadêmico já foi pras cucuias há muito tempo...

Colo fechado significa pelo menos mais umas 2 semanas aqui, aguardando a decisão dela. Sem vontade de ver ninguém, sem paciência para conversar besteira, sem nenhuma (eu disse N-E-N-H-U-M-A) disposição de ler apostilas, precisando comer (embora sem fome) e sem saber o quê, o dia todo sozinha, na companhia apenas dos seriados da SKY (ainda bem que existe a SKY...). O Capitão trabalhando o dia todo, só volta amanhã à tarde. E Ana Luiza fazendo fuim na minha barriga, não sei a troco de quê.

Não sou a única a sentir essa agonia desesperada no final da gestação, mas tô quase enlouquecendo com isso...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

36 SEMANAS!


36 semanas! Esse tempo não passa não, é? Estou com cólicas e não consigo nem mais olhar pra baixo. Meu centro de gravidade mudou faz tempo, estou desafiando a física com minha lordose. Não consigo respirar se não estiver sentada, não consigo comer porque Ana Luiza ocupa todos os espaços antes destinados ao meu estômago e órgãos afins. Tomo água e já me sinto cheia. De vez em quando recebo um chute na costela que dá vontade de chorar (essa menina desistiu da ginástica e agora quer ser lutadora de jiu-jitsu???). E ESSAS 37 SEMANAS NÃO CHEGAM!!!

Em verdade minha obstetra só quer fazer a cesária depois das 39 semanas. A não ser que Ana Luiza resolva sua vida por ela mesma (o que me traria as dores do trabalho de parto), só vai nascer lá pro dia 3 de março. Não consigo nem pensar em mais um mês com todos esses atropelos do fim da gravidez. Embora também não consiga pensar em contrações dolorosas e parto normal...

Não, minha gravidez não foi conturbada. Ana Luiza apareceu (sim, vamos começar do começo, porque - como diz o Capitão - um espirro mal dado e PLUM!, óvulo fecundado!), cresceu, se desenvolveu e está prontíssima para nascer sem nenhum esforço. Nada de sangramentos, nada de descolamento prematuro, nada de crescimento restrito, nada de nada. Até as ultrassonografistas me parabenizam por isso (embora essa parte não tenha dependido de mim). Aliás, o que dependeu de mim é a única coisa que mancha meu pré-natal: não melhorei meu consumo de ferro e desenvolvi uma anemia chata. Não gosto de feijão, pronto, falei. O da Charneca é muito ruim. Pra falar a verdade, a mulher que faz a comida naquele posto tem tanto talento para cozinhar quanto eu. E o povo se alimenta de sardinha como se fosse a melhor coisa do mundo! Em casa e sempre que comia em algum lugar, o feijão passava longe. Não adiantaram os comprimidos e as injeções: minha hemoglobina não subiu para mais de 10. Também não deixei de tomar coca-cola. Quer dizer, deixei, há 3 semanas. Creio que a essa altura não vá fazer mais muito efeito...

Mesmo assim, Ana Luiza tem mais saúde que eu. Está com 2.728g, ou seja, adequadíssima para a idade gestacional. Tudo no lugar, o cordão umbilical não está enrolado no pescoço, posição cefálica, placenta amadurecida no tempo certo. Resumindo: tá tudo pronto, só falta ela manifestar a vontade de ver o mundo. Quer dizer, manifestar a vontade ela faz todo dia, a toda hora, com esse remelexo; o negócio agora é concretizar essa vontade.

Tô aqui esperando... Êita espera chata...

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

PORQUE EU NÃO NASCI PARA ANDAR DE ÔNIBUS!



Comprei meu carro. Essa é realmente uma notícia extraordinária. Pensava que só iria comprá-lo no próximo mês, mas apareceu uma oportunidade boa e eu aceitei. É um Gol GIV zero km, vermelho, com tudo que eu e o Capitão queríamos. Só falta agora fazer aquela carteira de habilitação (vencida) valer de alguma coisa, já que de dirigir entendo tanto quanto de cozinhar...

Comprar meu carro e pôr um ponto final nessa coisa chata que é andar de ônibus faz todos os plantões do Memorial (aguentando birra de criança mimada e exageros de pais superprotetores) valerem a pena, já que não precisei mexer em um centavo do meu salário do Cabo para dar a entrada e não precisarei para pagar as prestações (pelo menos neste ano...).

Enquanto Ana Luiza não nascer (vai, mulher, toma uma atitude!), a única novidade da minha vida será essa.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

FRALDAS


Ontem, Chá de Fraldas de Ana Luiza. Foi divertido, apesar de que se o dinheiro gasto nas despesas fosse usado para comprar fraldas eu teria muito mais pacotes. Mas perderia a festa, o reencontro com gente que eu não via desde o meu casamento, as fotos... Estar entre amigos faz bem à alma. Creio que Ana Luiza tambem ficou feliz.
Entrei de licença, pelo menos da Charneca. Não preciso pegar meus 3 ônibus para ir e 3 para voltar, não preciso subir ladeira, e quando for o tempo de voltar estarei de carro, se Deus permitir. Ficar em casa resolvendo minha vida, colocando idéias e coisas em ordem, comprando o meu enxoval de mãe (mãe também tem enxoval, e até agora o meu se resume a 2 camisolas!), descansando o corpo pesado de 35 semanas sem ter que ouvir os problemas de ninguém. Está sendo muito bom, quase um sonho, o 1º grande benefício desde que descobri que estava esperando um neném (puxa! =D). Posso estudar, tranquila. No dia em que os recém-aprovados nas residências do SUS e do HC iniciam suas atividades, eu começo minha maratona de estudos para virar pediatra e deixa de cuidar das mazelas dos adultos. Sei que não vai ser fácil, sobretudo daqui a algumas semanas (espero que poucas), quando Ana Luiza nascer. Também não vai ser fácil ganhar bem menos. Mas ninguém precisa trabalhar num emprego que não é sua cara apenas para pagar as contas, quer dizer, não precisa fazer isso pelo resto da vida. Estou fazendo esse ano, não quero continuar no ano que vem. Chega de osteoporose, colesterol alto, remédios controlados, hipertensão. Chega de atestado médico e laudo para INSS. Eu quero cuidar de crianças! Quero febre reumática, pneumonias, malformações congênitas, desnutrição. Quero os pacientes na brinquedoteca enquanto não estão no tratamento. Queria o IMIP, mas minha filha e meu marido são razões mais do que suficientes para eu não poder ser escrava de hospital, então vamos investir no HC e na sua residência mais light. O importante é ser pediatra. E é definitivamente isso que eu quero para a minha vida.

E também queria que Ana Luiza nascesse antes das 40 semanas, porque eu não aguento mais esse peso...