segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

ADEUS, ANO VELHO!

Dezembro chegou, e enfim eu posso dizer que 2011 foi embora. Nem vou comentar muito sobre esse fatídico ano e suas malogradas "surpresas": em resumo, nada do que eu desejei aconteceu, e tudo o que eu não queria acabou se tornando realidade. Mas neste fim de ano faço minhas as palavras do poeta Carlos Drummond de Andrade:

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,

a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente"

A bem da verdade, se eu disser que estou animadíssima com a chegada de 2012 estarei mentindo. Tudo ainda está muito difícil, fazer planos permanece uma coisa meio sem sentido pra mim. Existem pessoas que levantam, sacodem a poeira e dão a volta por cima, e existem outras que ficam remoendo as frustrações e infelicidades até não aguentarem mais. Tenho que admitir que estou no segundo grupo, e como isso vem desde a adolescência acho pouco provável que consiga mudar agora, já beirando os 30. Mas venho me esforçando, acreditem, só Deus sabe o quanto...

Então, pra entrar no clima de final de ano, resolvi elaborar a tradicional lista de pedidos. E cheguei à conclusão que tenho só uma coisa a pedir: PAZ. Porque em 2011 eu não tive paz em nenhum dos 12 meses. Trabalhei mais do que queria, fiquei longe de casa e da minha filha mais do que devia, estudei pouco, me diverti menos ainda, perdi o chão que me sustentava - vulgo Amilson - e fiquei sem saber o que fazer da vida, sem contar o aperreio para pagar as contas. Neste último mês cansei dessa correria besta e pedi demissão de um dos meus empregos: tô trabalhando 36h por semana agora, folgando 5 dias, levando e buscando Ana Luiza na escola, cuidando da minha casa, estudando enquanto ela tira a soneca da tarde... Ganhando bem menos, é verdade, fazendo milagre pra fechar o mês sem dívidas, mas tendo qualidade de vida, e é isso que importa.

Em 2012 eu quero TEMPO para fazer o que eu gosto, mesmo que isso signifique ganhar menos do que é possível pra mim. Quero ir à praia durante a semana, no horário em que muitos estão trancafiados num escritório resolvendo broncas. Quero voltar à academia e praticar exercícios, tomar café da manhã sem pressa, passar menos tempo na rua, levando sol na cabeça... Enfim, quero terminar 2012 com a sensação de que descansei e estou feliz, pra decidir se tento a Residência Médica em 2013 ou não.

A melhor coisa de 2011 foi que Ana Luiza cresceu, ficou esperta e continua linda e saudável. Esse já é um motivo pra agradecer pelo ano que acabou.

Bom dezembro pra todo mundo!









domingo, 20 de novembro de 2011

1 ano e 8 meses


Últimas fotos da minha cabritinha, que cresce a cada dia. Impressionante como nessa idade um mês faz toda a diferença, não é? São palavras novas, comportamentos novos, a personalidade que se define. Ana Luiza já virou Capitã desse Veleiro mesmo. Só me resta deixar que ela comande o barco... =)


Bancando a maloqueira, com uma touca de meia na cabeça


Estudando (sei...)


Imitando a macaquinha (ela adora fazer isso)


E dormindo (tão comportada...)


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

ESSE BLOG NÃO MORREU!!!

Olá!

Sim, este blog ainda existe. Aliás, eu e Lulu ainda existimos também, obrigada. É que nos últimos 30 dias muitas coisas aconteceram, algumas boas, outras nem tanto, de modo que ficou difícil parar e vir aqui. Mas enfim, vamos limpar a poeira do Veleiro...

Eu e Lulu estamos morando num novo local agora. Meu apartamento foi entregue e eu finalmente terminei de fazer os ajustes necessários para me mudar, então cá estamos, na nossa casa própria, num bairro diferente do que nós duas morávamos desde o nosso nascimento (isso mesmo, morei no mesmo bairro por 29 anos...). Passei um tempo estranhando a nova vizinhança, as rotinas e principalmente a distância da casa de mamãe (porque entre outras coisas preciso da ajuda dela com Ana Luiza), porém os dias passam e as coisas vão se ajeitando... A vantagem da distância é que precisei tomar coragem e enfrentar o trânsito, de modo que fiz progressos notáveis e estou praticamente curada do meu medo de dirigir! \o/

Quem resolveu dar o ar da graça por aqui foi a crise financeira, minha velha conhecida dos tempos de estudante, que não tinha mais aparecido desde a formatura... Apartamento novo, gastos infinitos, divórcio, despesas com um carro roubado 22 dias depois da compra, enfim: tô no vermelho. Mas isso também passa, tenho experiência nesse assunto. Ainda bem que o 13º vem aí... =)

Lulu virou um papagaio, repete tudo que a gente fala, já consegue se expressar de maneira quase inteligível e nem parece mais um bebê... Tô adorando essa fase, recheada de beijinhos no rosto, abraços espontâneos, sorrisos cheios de dentes... Tem muita birra também, muito choro sem motivo, malcriação, é verdade. Parece que faz parte do desenvolvimento da criança, tô tentando não me estressar com isso. Já tenho tanto com o que me preocupar...

Tenho fotos lindas de Lulu, mas ainda não instalei a internet banda larga aqui, e baixar qualquer coisa pelo 3G é loucura... Fico devendo, mas espero que não demore tanto pra passar por auqi outra vez!

Beijo a todos!

sábado, 24 de setembro de 2011

AMO, AMO, AMO!



"Ainda bem que você vive comigo
Porque senão, como seria essa vida?
Sei lá!..."

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

PODANDO O JARDIM...

ATENÇÃO: se você veio aqui em busca de novidades sobre a princesa Lulu, nem continue a leitura. Este definitivamente não é um post materno. De vez em quando o Veleiro sente necessidade de voltar às origens e navegar por mares íntimos, pessoais, intransferíveis. Se quiser uma carona, seja bem-vindo e aproveite a viagem.

O que eu aprendi nestes últimos 3 meses? Que muitas vezes a gente tem que levar uma rasteira da vida para entender que estava escolhendo o caminho mais difícil. Que quando tudo dá errado podem acontecer coisas maravilhosas que jamais aconteceriam se tudo tivesse dado certo. Nestes últimos 3 meses eu tenho aprendido a gostar de mim.

Casei com meu primeiro namorado, depois de 10 anos juntos, e tenho certeza de que não o fiz só por empolgação. Era amor, daqueles de arrancar pedaço se acabasse. Amei tanto essa pessoa ao ponto de sair do conforto da casa dos meus pais para morar num lugar bem ruinzinho, fazer serviços domésticos até altas horas da madrugada, tendo que assistir aula no dia seguinte (ah, se esse Veleiro falasse...). Mas não me arrependo, porque era amor. Ter minha casa e acordar ao lado do meu marido já me completava.

Amilson, por outro lado, sempre pareceu estar incomodado com a rotina do casamento. Lembro de ter implorado - sim, implorado - algumas vezes para ele me levar a algum lugar. Meu marido sempre quis resolver tudo sozinho: era a vida dele, o dinheiro dele, os sonhos dele. Eu ficava ali, me esforçando pra encaixar um "nós" naquela individualidade toda. 3 meses de casamento e ele mal falava comigo à noite, só queria saber dos jogos no computador. 8 meses e, no auge de uma discussão, ele gritou que eu era muito chata e que era muito difícil conviver comigo. Eu peguei minhas coisas e fui pra casa de mamãe. Amilson em nenhum momento ligou ou pediu pra eu voltar: eu voltei mesmo assim.

Um casamento é feito de escolhas diárias, mas eu escolhi o caminho mais complicado: o de amar por dois. Meu amor era tão grande, tão imenso, que eu achei que seria suficiente. E amei tanto que veio Ana Luiza, porque, mesmo sem planejar, no fundo da alma eu tinha a impressão de que um filho poderia fazer Amilson se interessar mais pela família, e por mim. Mas Amilson viveu aquele momento como se não fosse com ele. Todas as dificuldades que eu obviamente passava com a gravidez, e ele só dizia que havia se decepcionado comigo porque eu não tinha "instinto" para ser mãe. Porque eu não suspirava com sapatinhos de bebê nem ficava alisando a barriga 24h por dia... Lulu nasceu e eu não consegui amamentar: ele passou a repetir que a culpa tinha sido da minha falta de paciência. E foi se afastando a cada dia. Não chegava perto de mim: dizia que não tinha vontade. Ficava irritado por bobagens, passava o domingo inteiro fora de casa - supostamente estudando - mesmo se esse fosse o único dia da semana em que eu não trabalhava e nossa família poderia fica reunida. Até que um dia eu cansei disso e perguntei se ele queria ir embora. Amilson só faltou dizer "Opa, só se for agora!": no dia seguinte ele já não estava mais em casa.

Amilson deu a entender, nas entrelinhas do que falou durante esses 14 anos juntos, que eu era uma pessoa muito difícil de conviver. Chata, mal humorada, resmungona, sempre insatisfeita com tudo. Quem me conhece desde a adolescência sabe que, de fato, nunca fui um poço de simpatia. Mas o que eu consigo enxergar hoje, nos meus dois ambientes de trabalho, no salão de beleza que frequento, até mesmo aqui na blogosfera, é que eu não sou alguém tão azeda assim. Tenho convivido com pessoas que me consideram sua amiga, apesar dos meus defeitos (quem não os tem?). Tenho aprendido muito com Ana Luiza e me tornado uma mãe bem melhor a cada dia (minha filha linda, saudável e feliz está aí para comprovar isso). Apesar da saudade dos bons tempos (porque não foram 14 anos só de mágoas), estou podendo aproveitar a tranquilidade de chegar em casa e não precisar suportar a indiferença de alguém que só entrava no quarto depois que eu dormisse, para evitar o óbvio. Estou cuidando de mim, afinal.

Então, volta não, Amilson, porque eu não preciso ser magoada como já fui durante esse tempo todo. Porque tem uma chama bem fraquinha começando a se acender dentro de mim, e eu não quero que você apague. Continue vivendo sua vida de homem solteiro, saindo à noite, conhecendo gente nova, fazendo o que te deixa feliz, e permita que eu aproveite esse momento de "podar meu jardim", com a tranquilidade de uma tarde de setembro. Pode ter certeza de que assim será melhor.

Se quiseres voltar
Volta não
Porque me quebraste em mil pedaços...

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

MINHA FILHA É UMA ARTISTA!

Por aqui a moda agora é o DVD de Xuxa Só Para Baixinhos 10, que Lulu ganhou no Natal do ano passado (mas era muito pequenininha pra entender do que se tratava). Sinceramente, eu já não aguentava mais ouvir Patati e Patatá, então Xuxa é até lucro... rsrsrs

Com vocês, Ana Luiza e a Dança do Pinguim!



domingo, 4 de setembro de 2011

sábado, 27 de agosto de 2011

RAZÕES PARA FICAR TANTO TEMPO LONGE DO BLOG

Não sou muito paciente com a lentidão da internet.

Às vezes fico desesperada com bobagens e isso tira meu bom humor.

Tem dias que não tenho a menor vontade de ligar o computador.

Ana Luiza dá um trabalho danado, e quando ela dorme eu prefiro assistir à televisão.

Tô com tanta preocupação na cabeça que não tenho inspiração para posts maternos.

Atualmente a maternidade tá sendo só uma parte das minhas inúmeras funções.

Mas visito os blogs amigos, ok?

"Eu não sou tão triste assim. É que hoje eu estou cansada."
(Clarice Lispector)






quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A PEDIDOS, UM POST DE UTILIDADE PÚBLICA!

Meu povo, escrever um post sobre primeiros socorros para crianças é muita responsabilidade... Mas, atendendo a pedidos, vou tentar dar umas dicas que aprendi na faculdade, ok?

Os tipos de acidentes passíveis de acontecer com as crianças dependem da idade em que elas estejam. Crianças pequenininhas sofrem mais com engasgos, até leite pode acabar descendo pelo lado errado da garganta...Quando começam a crescer e descobrir o mundo, podem engolir objetos, queimarem-se no fogão, afogarem-se... Sei que é assustador só de pensar, mas asseguro que a reação dos pais ou responsáveis pela criança na hora do acidente é muitíssimo importante, pode significar a diferença entre vida e morte. Até porque nem sempre há um hospital por perto (já pensaram nisso? O hospital mais perto da casa de vocês fica a quantos minutos de distância...

A primeira coisa a fazer é também a mais difícil: manter a calma. Um adulto nervoso só piora as coisas. Imagine que seu filho já está assustado o suficiente e que você é o único porto seguro para ele; além do mais, ninguém consegue fazer nada no desespero. Se tiver outro adulto com você, chame-o e peça para que providencie o transporte para o hospital: pode ser ligando para uma ambulância, pode ser pegando a chave do carro e tirando-o da garagem. O importante é que vocês consigam levar a criança para ser vista por um médico o mais breve possível.

Se a criança se engasgou com comida ou se sufocou com catarro, segure-a de barriga pra baixo (se for um bebê) ou incline-a para frente (crianças maiores) e bata no meio das costas, entre os braços, com a mão aberta. Mas bata com certa força, nessa hora alisar as costas da criança não dá muito resultado... Nas crianças maiores de 2 anos o melhor é colocar-se por trás dela e abraçar-lhe na altura da cintura. Coloque seu punho fechado em cima do umbigo dela e comece a apertá-la com força, direcionando levemente para cima. Essas manobras devem ser repetidas quantas vezes forem necessárias, e lembre-se de que é importante chamar ajuda para ir a um hospital, rápido.

Se a criança engolir algum objeto estranho, primeiro abra a boca dela e tente retirá-lo, se ainda estiver visível, fazendo um gancho com seu dedo indicador. Nessa hora, atenção: cuidado para não empurrar o objeto garganta abaixo. Depois faça as mesmas manobras para desengasgo e leve ao hospital.

Uma situação comum com crianças maiores é a ingestão de substâncias químicas. Outro dia peguei no plantão uma menina que achou legal comer a pastilha sanitária do banheiro (é sério!)... Nesse caso é prudente não dar nada para a criança beber e levá-la imediatamente ao hospital. Não dê leite, água com açúcar, nada disso, porque pode acelerar a absorção de algumas substâncias químicas e piorar o processo. Também não provoque vômitos, alguns produtos podem ser cáusticos e queimarem a garganta. Cada substância química tem um jeito diferente para ser removida do organismo, então é sempre melhor pedir ajuda médica nos casos de intoxicação. E leve a embalagem do produto, se possível, facilita muito o nosso trabalho!

Bom, é isso. Eu sei que não é fácil lidar com crianças vítimas de acidentes domésticos, eu mesma fiquei muito estressada quando Lulu se engasgou com o remédio. Mas é importante saber o que fazer nessas horas, e espero que essas dicas tenham ajudado. Podem copiar em seus blogs, se quiserem, tá?

Beijocas!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O DIA EM QUE A MÃE FALOU MAIS ALTO QUE A DOUTORA...

Sábado passado peguei, no final do plantão, uma menina de 4 anos que tinha engolido a tampa de um pen drive. Chegou na urgência quase sem respirar, eu e a outra plantonista corremos, fizemos todos os procedimentos possíveis, afastamos o perigo de vida e transferimos para um hospital de maior porte. Até onde eu sei o objeto foi retirado e ela ficou ótima. 1 x 0 para a doutora.

Hoje eu estava dando o antinflamatório a Lulu, que, como já foi dito, odeia tomar remédio. Dei a dose com uma seringa direto na boquinha dela e coloquei-a de pé no meu braço, para que chorasse, como de praxe. Só que Lulu não chorou. Olhei pro rosto dela e vi que estava rôxa, mole, sem movimentos: traduzindo, tinha se engasgado com o remédio e estava sufocando. Aí, minhas amigas, a casa caiu.

O lado racional do meu cérebro deve ter assumido o controle de todos os movimentos do corpo, porque inacreditavelmente consegui virá-la e iniciar as manobras para desengasgo. Mas a única coisa da qual consigo me lembrar é uma voz gritando na minha cabeça: "Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! Ela tá sufocando! Ela não tá respirando! Ai, minha Nossa Senhora! Ela vai morrer!". Eram duas Marcellas naquela hora: a médica que aplicava as lições aprendidas na faculdade e a mãe desesperada na iminência de perder a filha. Foi chocante.

Graças a Deus (e só a Ele!), numa das vezes que apertei o diafragma de Lulu ela vomitou o remédio e meio quilo de catarro que estavam atrapalhando os pulmões. Então começou a chorar e as minhas pernas puderam tremer em paz... Mas, minha gente, o que foi aquilo??? Que coisa horrorosa, que sensação terrível, a pessoa tem um filho e minutos depois quase o perde??? Minha bebê, minha cabritinha linda, completamente cianótica e sem reação nos meus braços, foi definitivamente uma das piores sensações que já tive na vida, só comparável ao dia em que perdi meu pai! Pelo amor de Deus...

Sem sombra de dúvidas, cuidar do filho dos outros é infinitamente mais fácil...

P.S.: Perdi 3 quilos desde que o pai de Lulu foi embora. Ao menos essa tristeza toda tá trazendo algo de bom... rsrsrs

domingo, 7 de agosto de 2011

PRIMEIRO, A AULA. DEPOIS, A GRIPE...

É batata: mês de volta às aulas significa aumento no número de pacientes nas emergências pediátricas. Trabalho em uma e sei muito bem do que estou falando. É o maravilhoso mundo da disseminação dos vírus, trazendo seus resfriados, amigdalites e diarréias... =P

Dessa vez, porém, a novidade é que a doente é Lulu: na sua primeira semana de aula, já conseguiu pegar uma gripe daquelas... Febre, muita tosse, muuuuito catarro, falta de apetite, garganta doendo e o dia todo querendo colo de mãe. De mãe mesmo, nem o colo da avó serviu! Tô aqui aprendendo a arte de fazer TUDO com uma criança no braço. Tomar banho mesmo tá sendo uma beleza...

A questão é que eu descobri as desvantagens de ser médica nessas horas. Primeiro, a gente não tem nem o direito de se desesperar quando ouve a palavra virose. Esse é um daqueles diagnósticos que irritam as mães, não é? Parece que virose é tudo o que o médico não sabe o que é ou como se trata (digam se estou mentindo!), e quando dizem que a criança está com virose significa que não vão fazer nada de concreto a respeito. Ocorre que eu sei: não há remédio pra matar vírus. Não tem muita coisa pra fazer, tudo vai ser paliativo, só resta esperar mesmo. Se eu mesma tô dando o diagnóstico, vou me revoltar com quem?

Segundo, a pessoa fica em dúvida se toma as condutas por si mesma ou leva a um serviço de pronto atendimento pra ser examinada. Porque convenhamos: o atendimento nas emergências é um saco, não é? Demora pra caramba, tem gente pra caramba e geralmente os plantonistas prescrevem logo uma injeção. Tenho licença pra falar, porque faço de tudo pra não prescrever remédio injetável (já falei sobre isso aqui), mas conheço vários colegas que ainda acreditam que o melhor na urgência é furar a criança (aliás, tem muita mãe que prefere a injeção, sabiam? Vai entender...). Eu auscultei o pulmão de Lulu, olhei a garganta, iniciei xarope, antinflamatório, soro nasal, mas, sei lá, fiquei insegura... Cuidar do filho dos outros parece mais fácil...

Enfim, levei-a pra urgência hoje de manhã. Não disse que era médica (nunca digo) nem falei que já tinha iniciado um tratamento. O pediatra examinou (tá, isso eu posso falar: examezinho mixuruco ele fez. Sou mais o meu...), escreveu, por fim passou uma receita com os mesmos remédios que eu já estava fazendo. Bom, pelo menos confirmei que sei tratar direitinho dessas coisas...

Então, cá estou eu me preparando para um noite em que não irei dormir... Mãe dorme com filho doente? Tossindo, chorando, com dor? Lulu só está conseguindo descansar um pouquinho porque está no braço, numa posição em que o catarro não sufoca tanto o nariz. Ainda bem que não vou trabalhar amanhã... A SKY será minha companhia nesta madrugada... rsrsrs

E um remédio testado na prática: Profenid pediátrico. Recebi um bocado de amostras no hospital há alguns meses e resolvi testá-lo agora em Lulu. Já conhecia os efeitos em adultos, mas estou vendo que realmente é um antinflamatório eficaz mesmo em crianças. Lulu não chora de dor ao tossir depois que eu dou uma dose dele. Claro que até ela aceitar engolir o remédio é uma via crucis, mas isso não vem ao caso... Tem gosto de tutti frutti. #FIKADIKA

Beijocas!


terça-feira, 2 de agosto de 2011

O PRIMEIRO DIA DE AULA DE LULU

Eu escrevi um post enooorme sobre o primeiro dia de aula da vida de Lulu e o Blogger engoliu! Tô com ódio!

Vou resumir: terei que voltar a trabalhar de segunda à sexta, então precisei adiantar a ida de Lulu à escolinha. Escolhi um hotelzinho próximo da casa de mamãe (para dar um suporte), cujos donos são conhecidos meus da Igreja. Lulu encarou muito bem essa nova etapa, fez amizade com as outras crianças, brincou, assistiu aos DVDs, chorou só um pouquinho. Ela ficará na escola todos os dias pela manhã e à tarde mamãe ficará com ela, assim não fica pesado pra ninguém.

Também fiquei muito tranquila quanto à entrada de Lulu na escola. Ela é uma criança bastante sociável que tem uma mãe despreocupada. Sempre achei lindas aquelas crianças com suas mochilas indo pra escola, foi muito bom ver que era a hora da minha bebê ir. Depois, somos só eu e Lulu agora, preciso ter com o que pagar nossas contas. Estarei chegando em casa antes das 5 da tarde, tempo suficiente para dar banho, jantar e brincar antes de dormir. Os filhos estão bem se as mães estiverem bem. E eu estou.

Ana Luiza ganhou até uma agendinha escolar! Meu Deus, é uma moça! =)

Até a próxima!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

AS MALVADEZAS NOSSAS DE CADA DIA...

Ana Luiza sempre tomou as vacinas sem muito drama. Talvez por eu ser médica e seringas fazerem parte da minha rotina, talvez por ela não ter tido reação nem mesmo àquelas mais chatinhas, o fato é que eu mesma a segurei no braço em todos os meses que necessitou levar as "furadinhas", sem caqueado. Mas nesse 1º semestre a minha vida desandou e eu acabei atrasando as vacinas - minha culpa, minha tão grande culpa - e pra não passar vergonha diante da pediatra resolvi atualizar o calendário todo num dia só. Então, pela 1ª vez, deu pena de ver a bichinha levar tanta injeção...

Antes de ser insultada, deixem-me explicar: é claro que ver uma agulha entrando na perninha da minha filha incomoda. Mas não é para o bem dela? Criança esquece a dor no mesmo instante, basta distraí-la depois da vacina e pronto! Pode ficar chatinha um dia ou dois, mas é muuuito melhor que ficar doente! Como médica evito a todo instante prescrever medicamentos injetáveis para as crianças, a não ser que seja realmente necessário, porque Dipirona xarope tem o mesmo efeito que Dipirona intramuscular. Mas vejo diariamente mães que dificultam a coleta de sangue dos seus filhos, as vacinas, porque não aguentam vê-los levando algumas furadinhas! Assim também não!

Em segundo lugar, quando resolvi dar 3 vacinas injetáveis no mesmo dia - ui! - foi pensando assim: pelo menos a dor é de uma só vez. Lulu nunca teve reação a vacina nenhuma, num instantinho passa! Melhor que levar duas hoje e ter que tomar outra na semana que vem. Juro, foi pensando nela...

Claro que a atendente da clínica de vacinação, a enfermeira, minha mãe, até a pediatra dela, todo mundo achou que eu exagerei... Lulu se agarrou no meu pescoço quase que pedindo "Mamãe, me salva!"... Pra ser solidária, tomei no mesmo dia a 2ª dose da vacina contra varicela (nunca tive catapora, já viram isso?), mas não adiantou muito pra aliviar o peso na consciência. E pra jogar a última pá de terra, Lulu achou de ter febre e andar mancando... #MIMATEM.

No dia seguinte, tudo bem, nada de febre, perninha normal, sorriso como se nada tivesse acontecido. E a mãe tá aqui, 5 dias depois, soterrada debaixo de tanta culpa, ainda sem se recuperar da enorme maldade que fez com a pobre filha. Ai, Jesus...

P.S.: Lulu me perdoou depois que comprei um Patatá pra ela. Simples assim.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

UMA MÃE DE SORTE!

Vivan, copiei a idéia do teu post, mas tô divulgando os créditos, tá? rsrsrs...

Minha menininha acorda beeeem cedo, mas nunca de mau humor. Gosta de dormir na minha cama, e dorme mesmo pra mamãe não ficar sozinha. Quando quer ir a algum lugar, me puxa pela mão e vai guiando. Fica sentada em cima da pia enquanto eu preparo o mingau, e dança com o barulho do liquidificador. Grita "mãããe" pra me entregar a mamadeira vazia, com um sorriso de satisfação, mas ainda arranja espaço na barriga pra me acompanhar no café da manhã. Adora pão ("mão!"), queijo, suco... Avisa quando quer ir ao banheiro ("xixiiiii!"), mesmo que nunca dê tempo de chegar lá... Pede pra colocar os DVDs preferidos ("Ta-tááá!") e se eu demoro ela mesma vai e liga o som (já briguei tanto, mas não tem jeito!). Dança com tudo, até com propaganda, e já sabe cantar várias musiquinhas da Galinha Pintadinha. Adora forró, se tiver passando um carro na rua tocando um rala-bucho ela pára de andar pra ensaiar uns passinhos... Só quer viver na rua, mesmo quando está chovendo (uma maloqueira...). Come comida de panela sem reclamar (melhor que a mãe...). Tem uma saúde de ferro (graças a Deus!). Faz birra de vez em quando e tem dias que só quer andar no braço (ai...). Dorme cedo, geralmente às 21h, e leva a mãe junto. É definitvamente uma menina feliz.

Sou ou não uma mãe de sorte? ;)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

ATUALIZANDO...

Tô sumida, eu sei, mas é que as coisas não estão fáceis (mentir pra quê?)... Ando completamente perdida na vida e a única coisa que eu tenho certeza é de que sou mãe da Lulu, o resto, só Deus sabe. Mas não tô a fim de falar nisso, não, tá?...

Lulu tá tão espertinha que às vezes me surpreendo. Aprende tudo tão rápido, dá umas respostas hilárias, é tão feliz que me faz feliz também. Hoje achou que seria boa idéia passar a madrugada acordada. Justo hoje, Lulu, no dia que mamãe tem que sair cedo pra trabalhar? Mas nem fiquei chateada, as horas que eu passo com ela, mesmo morrendo de sono, tem sido as mais agradáveis do dia. Liguei a TV e ficamos assistindo aos desenhos da DK, brincando de barraca com o lençol, fazendo cócegas. Às 4 da manhã ela enfim ficou exausta e dormiu, já eu cheguei atrasada no hospital e tô aqui morta de cansaço... Ossos do ofício...

Já consegue acompanhar as coreografias dos DVDs de Xuxa (mãããe, qué xuxu!!!), dá voltinhas, abaixa, levanta os pés, bate palmas, uma graça! Só sai se levar uma bolsa a tiracolo, tive que arrumar uma proporcional ao tamanho dela, coloco um chaveiro com chaves velhas, um espelhinho, ela sai se achando o máximo! Tá aprendendo a tomar no canudinho, a comer sozinha (mesmo se lambuzando toda), calçar suas próprias sandálias... Tem dias que dá um trabalho monstro, faz birra, chora, dá chutes, igual a todas as crianças. Com seus 16 meses, nem sempre consegue entender o porquê de tudo, e se revolta se as coisas não saem conforme ela esperava (a mãe dela, com 28 anos, também não entende e ainda se revolta!...). Mas depois esquece, arranja outra distração, dá um sorrisinho e vai embora.

E eu, mesmo nesse tsunami de sentimentos, surpreendemente tripliquei a paciência com ela. Eu que não sou nem nunca fui a rainha da paciência, que incontáveis vezes já "despachei" meu bebê pra casa de mamãe por não aguentar mais ouvi-la chorando, não tô mais brigando, nem mesmo quando ela resolve abrir o armário da despensa e espalhar sopa instantânea por toda a casa... Quem mandou deixar a sopa ao alcance daquelas mãozinhas curiosas?

Na vida às vezes algum acontecimento inesperado acaba arracando um pedaço do nosso coração. Eu tô tentando me convencer de que tenho um coração enorme e vou conseguir viver bem com o resto que sobrou...

terça-feira, 21 de junho de 2011

SOBROU PRA MIM...

Eu queria hoje ser uma mulher daquelas bem descoladas. Sabem aquelas pessoas que se jogam de cabeça nas aventuras da vida e esperam pra ver no que dá? Aproveitar que tá tudo de cabeça pra baixo pra construir uma rotina nova, mudar os móveis de lugar, sair pela rua carregando a bebê no braço e desbravando o mundo! Porque aquela vidinha morna, diária, previsível, enfim, acabou.

Eu queria mandar esse medo de dirigir pra PQP (putz, por que o trânsito dessa cidade tem que ser tão difícil? Quando eu começo a criar coragem de novo os acidentes se multiplicam, morre gente conhecida debaixo de caminhão, que inferno!), pra não achar tão ruim me mudar pra um bairro distante da minha mãe (andar de ônibus com Lulu no Recife, vocês não tem noção...). E eu me lasquei o ano passado todinho trabalhando feito uma burra de carga pra pagar esse apartamento apenas porque eu iria com a família, mas agora vou ter que ir só, já que o outro abandonou o barco. Putz de novo, se fosse pra morar sozinha eu não teria comprado um apartamento tão longe!

Eu queria não ser tão dependente das outras pessoas, mas sempre fui, desde pequena, e agora tô achando uma droga ter que resolver tudo sozinha. Conheço pessoas que se saem muito bem nessas situações, mas eu tô apanhando! E aquela história de fazer um outro curso pra espairecer a cabeça não vai dar certo, porque o apartamento (lindo, porém no fim do mundo) é longe demais pra uma mãe que ainda precisaria buscar a cria na casa da avó às 10 e meia da noite... Joguei meu dinheiro fora de novo? PUTZ!!!

O Veleiro hoje não tem notícias de Lulu, só minhas. Ela continua linda, fofa, inteligente, esperta, feliz. A mãe dela é que tá só o bagaço da laranja...

domingo, 19 de junho de 2011

VIVENDO O LUTO DE CADA DOMINGO...

Desde que o pai de Lulu saiu de casa os domingos têm sido os dias mais complicados. Segunda eu tô no plantão, de terça a quinta sempre tem alguma coisa pra resolver (e ele estaria trabalhando mesmo...), sexta e sábado eu tô no plantão de novo, mas domingo era o dia de aproveitar a família. Claro, não fico prostrada em cima da cama chorando as pitangas - até porque Ana Luiza não deixa - mas não tô muito a fim de procurar ocupação hoje. Hoje não...

Ninguém pode me acusar de não estar tentando dar a volta por cima, mas toda perda na vida exige seu luto, não é mesmo? É científico, ou se vive o luto ou o trauma fica pra sempre. Todo manhã eu quero ficar debaixo do lençol pelo resto do dia, mas Lulu chama, puxa minha mão, pede pra colocar a quadrilha (já viram o post anterior?), agora inventou que eu tenho que dançar com ela também. Eu pulo, dou voltinhas, faço mingau, arrumo um zilhão de vezes os brinquedos, dou um jeitinho na casa, faço minha comida, enfim, tento levar a vida. No sábado Amilson está ficando com ela, como já acontecia, os dois passam o dia aqui em casa e ele vai embora depois que eu chego. E no domingo as coisas ficam difíceis.

Ana Luiza tá tirando de letra tudo isso (como é bom ser criança...). Amilson já passava a semana toda praticamente longe dela, na prática não mudou quase nada. Eu ando inventando coisas pra não deixar a tristeza tomar conta da minha vida (porque definitivamente eu não mereço esse fim), como essa história de voltar pra faculdade e fazer um curso que não tem nada a ver com a minha profissão (no caso, Administração de Empresas). É simples: 14 anos de vida juntos, meus amigos estão fatalmente vinculados a ele. Depois do casamento, então, nem se fala! E ficar em casa toda noite com a cabeça vazia sem ter muita gente com quem conversar é dar sorte ao azar, então resolvi ocupar meu tempo com algo que não me estressasse e me fizesse conhecer gente. A medicina anda atormentando muito meu juízo, não tenho mais certeza se quero passar o resto da vida vendo crianças doentes num hospital, e por outro lado não sei se conseguiria fazer outra especialidade, enfim, é hora de dar um tempo na medicina e pensar nela depois! Por isso, vou estudar outra área.

Mas isso é só um paliativo, lógico. É só uma maneira de continuar respirando agora que meus projetos de vida foram por água abaixo. Não me imagino sendo outra coisa na vida que não médica, pelo menos a médio prazo. E os plantões é que pagam minhas contas... Mas hoje eu queria ficar apenas aqui em casa, quietinha, vendo TV, lendo e-mails, visitando blogs... Por isso achei ótimo quando minha irmã e o marido pediram pra levar Lulu ao parque onde está havendo uma festa junina (mais quadrilhas...), ela foi toda vestidinha de matuta, uma graça. E eu fiquei aqui vivendo meu luto, me permitindo ser triste só por algumas horas, porque senão essa solidão vai durar a vida inteira. E eu não quero isso.

Ademais, o domingo já tá quase acabando mesmo...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

QUADRILHA

Algumas notícias boas:
  • Voltei a dirigir (ainda sei fazer isso...)
  • Vou fazer outra graduação só pra passar o tempo (se eu ficar mais noites em casa sozinha vou ter que tomar antidepressivos)
E Lulu na maior animação, dançando quadrilha...


terça-feira, 7 de junho de 2011

UM DIA APÓS O OUTRO...

Uma vez eu li esta frase de Padre Fábio de Melo (sempre ele...): "Saber finalizar uma fase da vida requer tanta sabedoria quanto para iniciar". E uma importante fase da minha vida vem sendo finalizada nestes últimos dias. Aos poucos, é verdade, porque 14 anos é tempo demais para ser esquecido em 2 semanas. Tudo vem em doses homeopáticas: percebe-se que é o fim, aceita-se esse fato e tenta-se seguir em frente.

Não é fácil acordar sozinha toda manhã. Não é fácil passar o domingo - dia de ficar em casa, curtindo a família - sozinha em frente à TV. Mas descobri dentro de mim uma força que nem pensei que existisse, e posso garantir que a maternidade tem muita culpa nisso. Ana Luiza não me deixa curtir uma fossa em paz... Quando penso em desmoronar e me acabar em lágrimas, ela vem pedindo um abraço, arrastando um brinquedo, gritando "mãããe!". Como é que eu vou cair em depressão com uma coisinha tão linda dessa sorrindo pra mim com seus 5 dentes? Não, senhora!

Teve um post que li no blog Coisas de Menino, da Vivian, que falava desse amor incondicional dos filhos: podemos chegar descabeladas, acima do peso, naqueles dias em que brigamos com o espelho; não tem importância, somos lindas para eles, somos mães. Ana Luiza tem me feito sentir assim. Porque quando uma das pessoas que você mais ama no mundo te olha nos olhos e diz: "Não estou feliz e tenho o direito de procurar essa felicidade em outro lugar", é preciso um amor muito maior para te colocar de pé de novo. É esse o amor que a minha filha me dá todos os dias, como se dissesse: "Chora não, mamãe, eu acho que você me faz muito feliz!".

É só por isso que eu estou conseguindo, a cada manhã, ter alegria de novo...

Minha doutora particular...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

EM OFF POR TEMPO INDETERMINADO

Estou passando por problemas pessoais sérios e não terei condições de postar no Veleiro durante um bom tempo. Continuarei visitando os amigos sempre que possível.

"Eu não me perdi, e mesmo assim você me abandonou
Você quis partir, e agora estou sozinho
Mas vou me acostumar com o silêncio em casa
Com um prato só na mesa
Eu não me perdi, o sândalo perfuma o machado que o feriu
Adeus, adeus, adeus, meu grande amor
E tanto faz, de tudo o que ficou
Guardo um retrato teu e a saudade mais bonita
Eu não me perdi e mesmo assim ninguém me perdoou
Pobre coração
Quando o teu estava comigo era tão bom...
Não sei por que acontece assim, é sem querer
O que não era pra ser
Vou fugir dessa dor
Meu amor, se quiseres voltar
Volta não
Porque me quebraste em mil pedaços...

(Mil pedaços - Legião Urbana)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

UM FILHO MUDA TUDO

Ana Luiza tem tanta energia, tanta energia, que não quer dormir. Dou o banho (morno, como manda a regra), passo sabonete e óleo específicos para a hora do sono, faço massagem e dou o mingau, tudo certinho. Levo pra cama, ligo a TV bem baixinho, só pra ela ver as forminhas do Mister Maker, apago a luz e... Lulu dana-se a pular e brincar. Não sei por que fui ensiná-la a montar uma barraca com o lençol...

Faz 2 meses que deixei o posto de saúde e passei a ficar em casa 5 dias por semana, com Lulu. Nesse curto espaço de tempo já consegui fazê-la entender que eu sou a mãe dela (mãe é a palavra que mais se ouve nesta casa agora...), aprendemos a brincar uma com a outra, e tenho percebido que passei a ser uma pessoa de fato importante na vida da minha filha. Mas a vida financeira sofreu uma queda vertiginosa, vocês podem imaginar. O salário caiu pela metade e as despesas se mantiveram as mesmas. Precisei procurar mais uma fonte de renda, senão a casa iria cair de verdade, mas resolvi que iria ser só mais um plantão, só mais 12h. Apareceu uma oportunidade única, muito boa, um plantão light, onde até estudar eu vou conseguir. E se eu quisesse, havia 2 dias disponíveis, o meu salário voltaria a ser o mesmo do posto, trabalhando 4 dias por semana (e não 6...)! Mas aí eu só quis um...

Por que meu novo emprego mereceu um post no Veleiro? Porque eu recusei um plantão de 24h graças ao amor maternal que descobri em mim. É verdade, em vez de ganhar x eu poderia ganhar 2x, e ganhar o dobro num momento em que eu preciso desesperadamente comprar um carro seria mais que perfeito; mas o preço a pagar teria que ser menos um dia em casa com Ana Luiza. Menos um dia ouvindo Patati e Patatá (essa parte seria até boa...), menos uma tarde sentada no chão rodeada de brinquedos e com uma bebê no colo, menos uma oportunidade de brincar de barraca antes de dormir. Eu não estou conseguindo estudar pra droga da prova de residência, e um plantão light poderia me dar essa oportunidade, mas eu teria que abdicar de um dia ajudando minha filha a crescer. Então eu disse "não".

Como eu me conheço e sei o quanto minha independência financeira sempre foi importante pra mim, trocá-la por um dia a mais desfrutando da companhia de uma criança de 1 ano repleta de energia, que bagunça toda a minha casa, derruba biscoito no chão e me impede de estudar, é algo surpreendente, é a prova de que estou virando uma mãe de verdade, igual àquelas que escrevem os blogs que acompanho. E estou muito orgulhosa de mim. Ter um filho muda tudo. Incrível isso...

Tem muita coisa que não está dando certo na minha vida, mas ter Lulu comigo certamente compensa todas elas...

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Ju Dalzoto, parabéns pela gravidez! Eu tinha que colocar isso aqui! Beijo!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

TUDO POSSO (MEU MOMENTO...)

Pra cantar nas horas em que tudo parece estar dando errado...



Posso, tudo posso Naquele que me fortalece

Nada e ninguém no mundo vai me fazer desistir

Quero, tudo quero, sem medo entregar meus projetos

Deixar-me guiar nos caminhos que Deus desejou pra mim e ali estar


Vou perseguir tudo aquilo que Deus já escolheu pra mim

Vou persistir, e mesmo nas marcas daquela dor

Do que ficou, vou me lembrar


E realizar o sonho mais lindo que Deus sonhou

Em meu lugar estar à espera de um novo que vai chegar

Vou persistir, continuar a esperar e crer


E mesmo quando a visão se turva e o coração só chora

Mas na alma, há certeza da vitória


Eu vou sofrendo, mas seguindo enquanto tantos não entendem

Vou cantando minha história, profetizando

Que eu posso, tudo posso...


terça-feira, 3 de maio de 2011

AMOR DE MÃE

Num dos meus muitos momentos de desespero nessa aventura de ser mãe, li uma vez uma frase que cai como uma luva pro meu dia hoje: mesmo se parecer o contrário, tenha certeza de que o maior tesouro da sua vida é o seu filho. Assim, vamos explicar: pela enésima vez (já perdi realmente as contas), Lulu não me deixou estudar. Consegui um material ótimo pra me preparar para a prova de Residência, cheio de dicas e exercícios, mas parece que Ana Luiza "descobriu" que me ama e não le larga um minutinho sequer. Tenho assistido a todos os programas infantis disponíveis na TV, porque se eu fizer menção de sair de perto dela para fazer qualquer outra coisa, pronto: acabou o interesse pela TV, começou o interesse pelo que eu estiver fazendo. Na hora que vou comer, quer sentar no meu colo e comer a minha comida. Quer tomar banho comigo, passear comigo e dormir comigo (claro...). Hoje achou que seria bom dormir às 21h45. Alguém consegue começar a estudar a essa hora, depois de passar o dia inteiro tentando gastar as energias de uma criança de 1 ano? Eu também não.

Aí depois de colocá-la no berço - e já que a probabilidade de estudar estava mínima mesmo - resolvi assistir ao finalzinho do episódio de Law and Order SVU. E lá estava a história de uma mãe que perde seu filho de 3 anos vítima de leucemia... Certo, desde que Lulu nasceu eu tinha parado de assistir a essa série justamente por causa de episódios desse tipo, mas vamos à lição que ele me deu: passar na Residência, comprar (e dirigir) meu próprio carro, ir a Paris, ter um casamento dos sonhos, NADA disso tem mais importância que ver Ana Luiza crescer. E me vi então diante da imagem do Coração de Jesus pedindo desesperadamente que não me seja concedido mais nada nessa vida, que nenhum dos meus sonhos seja realizado, mas que por favor nada de mau aconteça à minha filhinha, nem hoje, nem amanhã, nem no resto da vida dela. Porque eu prefiro morrer no Recife, sem especialização, sem carro e sem marido, mas com Lulu saudável e feliz perto de mim...

De repente parece que eu consegui entender o que é esse tal amor de mãe...

Lulu (braba que só ela) querendo colocar uma mochila no pescoço e ganhar o mundo...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

SOBRE NÃO FAZER PLANOS

"Às vezes quando tudo dá errado acontecem coisas tão maravilhosas que jamais teriam acontecido se tudo tivesse dado certo"
 
Vi essa frase hoje no orkut de uma amiga, que casou, depois separou e agora está de namorado novo. Já pararam pra pensar que é assim mesmo? Se tudo tivesse saído exatamente do jeito que eu planejei na minha vida pelo menos uma coisa maravilhosa não teria acontecido: Lulu (meu acidente de percurso...). E minha vida sem Lulu seria bem mais tranquila, não quero nem pensar!
 
Veio bem a calhar essa frase, num momento em que - pela enésima vez - NADA está saindo conforme eu planejei. Parece que quanto mais eu me preparo para alguma coisa, mais distante ela fica. Terminou abril e eu continuo sem conseguir colocar efetivamente em prática nenhum dos meus projetos de ano novo. E estou sem carro, porque o dinheiro da indenização ainda não saiu (sem comentários...) e quando sair vai direto para pagar as despesas do apartamento. Andar de ônibus, no calor de Recife, nesse trânsito dos infernos, com mil e uma coisas dentro da bolsa é o fim da picada...
 
Enfim, essa frase virou meu consolo hoje. Acho que o melhor é parar de planejar. Aquilo que eu não esperei que viesse é o que tem me dado mais alegrias ultimamente...
 
Imita a macaquinha, Lulu! =D

segunda-feira, 25 de abril de 2011

quarta-feira, 20 de abril de 2011

GERAÇÕES

Porque a genética, meus amigos, é forte! =)

Mamãe grávida de mim, muito chique com seu vestido vermelho, em algum momento de 1982...


Eu, com o mesmo vestido vermelho, 28 anos depois...

Eu de novo, serelepe com a minha fantasia de havaiana, no carnaval de 1984...

Lulu, com sua fantasia de palhacinha, no aniversário de 1 ano!

domingo, 17 de abril de 2011

EM QUE MUNDO VIVERÃO OS NOSSOS FILHOS?

Neste fim de semana clonaram o cartão de crédito do meu marido e fizeram uma compra de 3 mil reais com ele. É isso mesmo que vocês estão lendo. Nossa sorte foi que eu pago um serviço que me informa via SMS cada compra efetuada com o cartão, então fui avisada imediatamente. Como eu estava trabalhando e Amilson estava em casa tomando conta de Lulu - ou seja, não poderíamos estar em outra cidade comprando - percebi que se tratava de fraude.

Liguei para a administradora do cartão, prestamos queixa na delegacia e ele ainda foi até a loja tentar esclarecer os fatos. Ao que parece trata-se de uma quadrilha, pois outros clientes já estavam lá reclamando da mesma coisa. A administradora abriu um protocolo para apurar a história, mas temos todas as provas do golpe, inclusive o comprovante de pagamento que fica na loja, com nome e assinatura falsos; assim, não vou pagar o prejuízo, nem que eu tenha que entrar na justiça! Mas só o aborrecimento já irrita. Principalmente porque a última vez que usamos o cartão foi num posto de gasolina grande, de bandeira conhecida, que fica numa das principais avenidas da cidade, e certamente foi lá que o frentista agiu de má fé e clonou nosso cartão. Digo o frentista porque ele demorou muito a devolver o cartão depois da compra, voltou com um sorriso amarelo e desculpas esfarrapadas. Mas só depois que soubemos do ocorrido é que as peças do quebra-cabeça se juntaram...

Vocês, que moram em cidades menores que a minha, joguem suas mãos para o céu. Digo isso porque o Veleiro virou blog de mãe, e essa falta de segurança a que somos diariamente submetidas nos leva a perguntar: é nesse mundo que eu vou criar meus filhos? Não quero encerrar minha prole em Lulu, quero ter pelo menos mais dois (sim, senhora!), e me preocupa ver que a violência das grandes capitais - Recife incluída - caminha a passos largos. Moro numa cidade em que não se pára em sinal vermelho depois das 22h por medo dos ladrões, onde se tira relógio, pulseira, colar para andar no meio da rua porque a qualquer momento alguém pode vir e roubá-los, um lugar em que não se pode nem parar para pedir informações porque corre-se o risco de ser assaltada e levar um tiro (não é mentira, aconteceu aqui semana passada com uma moça de 26 anos!). Recife cresce aceleradamente, hoje é o 2º pólo médico do país, só perdendo para São Paulo, tem diversas oportunidades de emprego e ainda pega carona no desenvolvimento do Pólo de Suape: só que o progresso tem seu preço, e estou percebendo que é muito alto. Como é que eu vou jogar a inocência da minha filhinha no meio dessa confusão?

Ai meu Deus, ser mãe é mesmo preocupação pra toda vida...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

ANALUIZÊS

Lulu fala uma linguagem própria desde os seus 10, 11 meses. Ninguém com mais de 3 anos entende, mas ela consegue se comunicar bem com as amiguinhas de idade semelhante à dela. "Mamã", por exemplo, pode significar que ela esta me chamando - eu, a verdadeira mãe dela - mas também pode ser um apelo pela presença da avó ou mesmo do pai. "Pé" pode ser o pé, ou quem sabe a chupeta... Mas "Não!" é não mesmo! E quando ela diz não, nem vem! Uma opinião, naquela idade, benza Deus!

Pega o celular do pai e tem longas conversas com um ser imaginário do outro lado da linha. "Tatá, titá. (...) Hum. (...) Atá, rê. (...) Titá." Ela entende que a gente fala no telefone e fica calado em alguns momentos, e faz igualzinho, mesmo sem saber o que significa. Quando quer alguma coisa, estica o bracinho na direção e diz "Dá!". E se não der, lá vem a birra. Abre um berreiro e se estica toda, dos pés à cabeça. Grita, chora, esperneia. Essas coisas eles aprendem rapidinho...

Levei-a ao Cine Materna ontem. Todas as menininhas comportadas, com seus vestidos e lacinhos: a primeira coisa que Ana Luiza fez quando entramos na sala foi puxar o enfeite do cabelo e tirar as sandálias. Uma maloqueira. Deixei-a no chão junto com uns brinquedos e ela fez a festa. Se tocava alguma música no filme, Lulu se levantava e dançava, descendo e subindo com os braços levantandos. Sou mãe de uma pagodeira e não sabia... Deve ter puxado ao pai...

Recebi as fotos da festa de 1 ano, mas tô no plantão e não posso postar agora. Estão uma graça! Posto assim que der.

Tô indo que o dever me chama...

terça-feira, 5 de abril de 2011

ESCLARECENDO O SUMIÇO...

Eu tô gripada (de novo...) e com alguns probleminhas financeiros (desses que todo mundo tem um dia na vida...), precisando pensar muito nas minhas decisões profissionais, e por essa razão me afastei um pouco do Veleiro. De qualquer forma, Lulu está tão malcriada que merece umas palmadas lindona!

Eu volto logo, é só colocar as coisas nos seus devidos lugares! E passo também para visitar vocês!

Beijos!


quarta-feira, 30 de março de 2011

MÃE DE UM BEBÊ TERRÍVEL!

O que é a vida de uma mãe com um bebê de 1 ano? Nesta casa só se ouve: "Lulu, sai daí!", "Lulu, não mexe nisso não!", "LULUUUUUU!!!!". Será possível que tudo o que Ana Luiza não pode mexer chama a atenção daquela cabrita? Os brinquedos ficam escanteados, mas meus perfumes, os CDs da estante, o controle remoto, isso ela acha o máximo! Como é que eu mantenho minha sanidade mental com essa menina, hein? =0

segunda-feira, 14 de março de 2011

E A FESTA FOI UM SUCESSO!

E enfim a festa de Lulu passou! Não entreguei todos os convites, muitas pessoas foram avisadas por telefone mesmo, os padrinhos se perderam no meio do caminho e não conseguiram chegar à festa, Ana Luiza achou de ter febre e diarréia e ficou chatinha a partir da metade do evento, masssss... entre mortos e feridos, escaparam todos! Devo tudo ao buffet que contratei, foram perfeitos, todo mundo comeu de sair carregado (tenho horror a festa com pouca comida!) e eu não tive trabalho (quase) nenhum. Minha máquina ficou com mamãe, então ficarei devendo as fotos, mas aguardem os próximos posts!

Comecei hoje a frequentar uma academia. SIMMM!!! Aliás, muito boa a estrutura, os profissionais, tudo. Estou pagando caro mas vale a pena. Principalmente se eu conseguir perder os 9 kg que estão sobrando nesse corpinho que Deus me deu...

Sou a rainha de receber selinhos e não postá-los, então hoje resolvi amenizar o problema. Recebi este selinho da Jacke, pessoa querida que acompanhou desde o início minha evolução como mãe.

A regra é dizer 10 coisas sobre mim:
  1.  Não tenho muita paciência (com nada, nem pessoas, nem coisas...)
  2. Sou viciada em coca-cola.
  3. Não nasci pra trabalhar todos os dias! =)
  4. Tenho uma filha linda! (hahahaha)
  5. Tem dias que tudo me irrita!
  6. Adoro comer!
  7. Tenho medo de avião (descobri isso há pouco tempo...)
  8. Meu sonho é conhecer Paris
  9. Tenho pavor de multidão
  10. Amo bolsas (se pudesse e o dinheiro desse, teria todas!)
Meu blog tem muitas amigas de verdade, seria injusto indicar somente 10. Todo mundo que me visita merece! Estejam à vontade!

Voltarei em breve com as fotos!


terça-feira, 8 de março de 2011

CARNAVAL EM MACEIÓ

Carnaval, aquela festança em Pernambuco, frevo pra todo lado, e eu decido fugir com a família para um lugar mais "tranquilo". Maceió era o destino que cabia no nosso bolso e na nossa disponibilidade de horários, então viemos achando que seria tão bom quanto a viagem a Natal. Bem, não está sendo exatamente assim...

Nada contra a cidade de Maceió: bonita, acolhedora, cheia de praias exuberantes. A única questão é que tudo isso eu já tenho em Recife. Aliás, Maceió é praticamente uma filial de Recife, as duas cidades são muito parecidas, exceto o trânsito (que é muito mais doido na capital pernambucana) e os motoristas (que são muito mais educados na capital alagoana). O hotel é muito bom, tem uma piscina linda, e Lulu adora piscina. Acontece que pra uma menina de 1 ano que só quer saber de correr e pular na água, piscina não é assim um local dos mais seguros. Eu e o pai estamos muito mais cansados do que quando chegamos aqui, porque ela não pára quieta nem um segundo, não consegue dormir durante o dia por causa do barulho (afinal, é carnaval em todo o país...), não se distrai com coisa alguma e pra completar pegou uma gripe.

Por mim iria embora hoje. Estou quase pegando o avião e voltando pra casa (mentira: estou com sérias restrições orçamentárias depois do rombo no meu salário este mês, as passagens já estão compradas e eu não posso gastar nem um centavo extra). Ela agora está dormindo, mas acorda de 5 em 5 minutos para tossir e chorar. O nariz está tão entupidinho que nem consegue chupar chupeta e respirar ao mesmo tempo. E nós estamos aqui, presos no quarto, sem poder sair pra canto nenhum. Não seria melhor estar em casa?

Tudo bem, só falta um dia. E parece que chegamos àquela fase em que viajar com a bebê vai ficar difícil. Sabe, quando eles começam a andar e querem descobrir o mundo todo, mas não tem noção de velocidade nem de obstáculos? É sempre mais seguro estar em casa, ou então na casa de amigos e parentes. Hotel não é uma boa opção, cheio de gente estranha, piscinas lotadas, crianças maiores correndo ao ponto de quase derrubarem minha bebezinha que mal se equilibra nas pernas... Outra viagem grande assim, só quando ela estiver com mais idade.

Vou ficar aqui, lendo os blogs, pra ver se o tempo passa...

sexta-feira, 4 de março de 2011

CARTA À MINHA BEBÊ, NO SEU PRIMEIRO ANIVERSÁRIO

Querida Ana Luiza,

                                em primeiro lugar, mamãe sabe que seu aniversário foi ontem, mas mamãe está dodói e teve muitas coisinhas para fazer, não houve condições físicas para escrever esse post. Tudo bem, eu sei que você entende...

                               Meu amorzinho, agora você está com 1 aninho. Nem acredito nisso. Passou tão depressa! Ainda ontem você vivia na minha barriga, dando voltas (vixe, como você se mexia!), e agora já está por aí, correndo, destruindo a casa! Você trouxe tantas mudanças na vida da sua mãe e do seu pai que não caberiam num post só. Um bebê, Lulu, mesmo sendo assim, pequenininho, dá muuuuito trabalho!

                               Eu sei que nosso começo não foi tão fácil. Entenda que mamãe não estava esperando que você viesse agora, e no começo da gravidez você me fez enjoar bastante, hein? Mamãe voltava da faculdade de ônibus e subia as escadas do prédio correndo para o banheiro mais próximo. Você não me deixou aproveitar as festas da formatura, não consegui comer o buffet do baile, só me dava vontade de dormir e acordar para vomitar. Danadinha, hein? E quando nasceu então? Meu Deus, como você chorava! E como sentia fome! Mamãe não tinha tanto leite nos peitos, e também não tinha muita paciência (isso é pior que falta de leite!), então tacou logo mamadeira na sua boca! Tudo bem, isso não foi muito correto, mas graças a Deus você gostou e já aos 4 meses começou a comer de tudo um pouco, orientada por sua tia nutricionista. Aliás, falta de apetite não é seu problema...

                               Você cativou imediatamente seus avós, seus tios e seu pai, que virou o homem mais besta do mundo. Faz todas as suas vontades, basta você abrir esse sorriso de 2 dentes. Comigo a coisa foi mais devagar, você lembra? Mamãe pensava que iria conseguir estudar depois que você nascesse, mas não foi bem assim. Você chorava, chorava e chorava por causa do refluxo, acordava durante a noite e só ia dormir depois das 5 da manhã, achei que tinha ganho um presente de grego em vez de uma bebê. Acontece que nessa época mamãe ainda não tinha permitido que o prazer da maternidade entrasse na vida dela. Precisou seu pai dar uma sacudida para que ela enfim entendesse que a vida tinha sim mudado, mas era para melhor! A partir daí nossa história ficou mais fácil...

                               Hoje, minha princesinha, mamãe não sabe o que faria na vida sem você e sua dança diante do DVD de Patati-Patatá, seus cabelos assanhados parecendo um balde de pipoca, sua fome sem limite e sua revolta quando o mingau acaba. Você conseguiu entrar na minha vida aos pouquinhos, mas de um jeito impossível de resistir. Teve muita paciência com essa mãe turrona que queria ser feliz de outro jeito, sem saber que a verdadeira alegria da vida dela poderia ser resumida somente no seu sorriso (quase) banguelo dizendo "Mã-mã-mã". Você me ensinou muito, e eu espero poder te ensinar também, devagarinho, como tudo funciona no nosso dia-a-dia.

                               Mamãe está muito feliz por você existir, Ana Luiza, e espera retribuir todas as coisas boas que você tem dado a ela. Pode ser que ela ainda erre muito: por favor, tenha paciência. Ser adulto é complicado, nem sempre a gente sabe o que fazer. Mas eu sei que a gente já enfrentou juntas desafios muito grandes, não haverá problemas que não possam ser solucionados por nós duas. De qualquer forma, não tenha medo de nada: mamãe está aqui com você.

                                                            Um beijão e que Deus te abençoe!


                                                                                              Sua mamãe Marcella

terça-feira, 1 de março de 2011

UMA VIDA DE CABEÇA PRA BAIXO...

Entrei com um processo contra a minha seguradora porque até agora, decorridos mais de 3 meses do acidente, não vi a cor do dinheiro da indenização. A audiência foi marcada para 7 de novembro. Isso mesmo, daqui a 8 meses. Ou seja, se não houver nenhuma tentativa de acordo por parte deles até lá, é provável que meu acidente complete 1 ano e eu não seja indenizada.

Este mês depositaram menos da metade do meu salário em um dos dois empregos. Menos da metade. Disseram que foi um erro do setor de Recursos Humanos, que computou 18 faltas não existentes na minha folha de ponto, mas que infelizmente só poderá ser resolvido no pagamento do próximo mês. Ou seja, eu vou ter que me virar para pagar minhas contas em março. Não sei absolutamente o que fazer. Esse pessoal acha que com um pedido de desculpas tudo se resolve? E é assim???

Resolvi então sair desse emprego, mesmo sabendo que a minha renda vai diminuir. Tenho uma supervisão péssima, completa falta de infra-estrutura e pra completar ainda é loooooonge demais da minha casa. Terei que aumentar meus plantões no outro hospital e voltar a trabalhar no final de semana, mas ficarei pelo menos 5 dias em casa, com Lulu, cuidando da minha vida. Já está decidido, já comecei a comunicar às pessoas, amanhã inicio o processo legal. Fico apenas receosa sobre o dinheiro que me devem, já estou perdendo dinheiro demais nesses últimos meses. Mas minha vida precisava seguir em frente e eu fiz isso.

Faltam 2 dias para o aniversário de Lulu e 10 para a festinha, e eu - como sempre - ainda não fiz os convites. Tô cansada (como sempre). E ainda resolvi entrar na academia. Nem sei como...

Recebi selinho da minha amiga Jackie e vou colocá-lo no meu próximo post. Obrigada, Jackie! Fiquei super feliz com a lembrança!

Ainda tô gripada...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

TRISTE


Porque estão acontecendo revezes da vida que me deixam muuuuito triste, contra os quais por mais que eu lute não consigo fazer nada, e porque Padre Fábio de Melo tem o dom da palavra...

"Spinoza escreveu: “Percebi que todas as coisas que temia e receava só continham algo de bom ou de mau na medida em que o ânimo se deixava afetar por elas”. O filósofo tem razão. A alegria ou a tristeza só poderão continuar dentro de nós à medida que nos deixamos afetar por suas causas. É questão de escolha. Dura, eu sei. Difícil, reconheço. Mas ninguém nos prometeu que seria fácil.

Se hoje a vida lhe apresenta motivos para sofrer, ouse olhá-los de uma forma diferente. Não aceite todo esse contexto de vida como causa já determinada para o seu fracasso. Não, não precisa ser assim.

Deixe-se afetar de um jeito novo por tudo isso que já parece tão velho. Sofrimentos não precisam ser estados definitivos. Eles podem ser apenas pontes, locais de travessia. Daqui a pouco você já estará do outro lado; modificado, amadurecido.

Certa vez, um velho sábio disse ao seu aluno que, ao longo de sua vida, ele descobriu ter dentro de si dois cães – um bravo e violento, e o outro manso, muito dócil. Diante daquela pequena história o aluno resolveu perguntar- E qual é o mais forte? O sábio respondeu – O que eu alimentar. O mesmo se dará conosco na lida como os sofrimentos da vida. Dentro de nós haverá sempre um embate estabelecido entre problema e solução. Vencerá aquele que nós decidirmos alimentar..."

(Padre Fábio de Melo)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

NOVAS DE LULU

 Na casa da árvore com titia

 No aniversário de uma amiguinha com vovó

 Fazendo pose na sala

 Com o palhacinho preferido

 Pilotando (sabe dirigir melhor que a mãe...)

Super fashion, de bolero e calça jeans!

Ô coisinha tão bonitinha da mãe!... =)

domingo, 30 de janeiro de 2011

TIVE QUE VOLTAR

Fiquei lendo blogs das amigas e voltei. Algumas estão grávidas novamente, antes de seus primeiros bebês completarem 2 anos. Aí me deu aquela vontade de engravidar de novo... OI??? Calma, 1, 2, respira, pronto, já passou!

Falando sério, na gravidez de Lulu eu não estava mentalmente preparada para ter um filho (ok, e quem disse que agora eu estou?), estava me formando na faculdade, ansiosa para finalmente ter meu próprio dinheiro e aproveitar a vida ao lado do meu maridinho. Os primeiros meses dela foram muito difíceis. Hoje eu posso afirmar com certeza que Lulu é a razão da minha vida, a melhor coisa que já me aconteceu, mas nem sempre foi assim. Então queria curtir uma gravidez de verdade, tirar fotos da barriga (não tenho quase nenhuma), essas coisas que eu não fiz. Mas isso é só um delírio momentâneo, não se preocupem. Ainda me resta um pouco de juízo na vida.

Tem hora que dá vontade de largar tudo e virar só mãe. E ter uma penca de filhos, como antigamente. Deixar essa história de trabalhar e ganhar dinheiro para os homens, aproveitar cada momento do crescimento das crianças, preparar lanches, enfim, ser mãe, esposa, dona-de-casa. E tem horas que dá vontade de fazer Residência e virar pediatra de verdade. Sei não.

Lulu acordou. Hora de deixar de devaneio e voltar à realidade.