quarta-feira, 29 de julho de 2009

...


Eu sou uma pessoa dividida entre a alegria de me formar e esses enjôos. Estou enjoando pra caramba! Já vi que meu filho vai ser chato que nem eu!

Estou pensando no dinheiro que está a caminho, no novo apartamento, no carro. Ainda não há espaço para abrir sorrisos com roupinhas de bebê. Mas estou um pouco mais acostumada com essa idéia. Olhei algumas roupas de gestante, imaginei minha barriga chegando nos cantos primeiro que eu... Não é uma sensação muito confortável...

Assim como não fui uma noiva 24h envolvida com detalhes (quase) fúteis do casamento, não sou uma grávida que se derrete com um par de sapatinhos de tricô. Estou enjoando e vomitando, esse é o fato. Tudo bem, faz parte. Quando isso passar e eu estiver na varanda do meu novo apartamento, aí sim, prometo que começo a pensar na cor que vou decorar o quarto. No momento eu quero me encontrar no mercado de trabalho.

E outra: 12h de trabalho de parto, me contorcendo de dor? Não vou querer isso pra minha vida não, hein!

Uma coisa de cada vez...

DÁ LICENÇA?


sábado, 25 de julho de 2009

DOUTORANDA? SE FUI, NEM LEMBRO!!! =D


"E na sua meninice

Ela um dia disse

Que chegava lá!

Olha aí!

Olha aí!..."

terça-feira, 21 de julho de 2009

A TAÇA DO MUNDO É MINHA!!!


Hoje é 21 de julho de 2009, um dia muito importante. Exatamente hoje acabaram-se as minhas atividades no internato. Se não fosse uma prova de Clínica Médica depois de amanhã (só para cumprir tabela, não vai influir em mais nada), eu poderia dizer oficialmente que não pertenço mais ao mundo dos doutorandos. Mas já estou dizendo isso mesmo sem ser oficial!

5 anos de vestibular, 4 anos de aulas, 2 anos de internato. 11 longos anos lutando apenas por uma coisa: ser médica. Em nenhum outro momento essa jornada teve tanto significado como agora que ela terminou. Ouvi críticas por trancar a faculdade de enfermagem (até meu paizinho querido achou que eu deveria deixar de besteira e ser enfermeira), vi todos os meus amigos do colégio se formarem e vencerem na vida, vi minha irmã mais nova terminar o mestrado antes de eu concluir a graduação! Esse tempo todo lisa, andando de ônibus, estudando com um povo acostumado a comprar tudo o que quisesse. Casei e vim morar no Chico - e essa parte prefiro nem comentar. 26 anos e ainda dependendo dos outros, tendo que ouvir mamãe dizer com o que eu deveria ou não gastar o dinheiro que ela me dava. 11 longos anos...

Mas hoje, finalmente, as coisas começaram a mudar. Recebi 2 boas propostas de emprego. Eu disse 2 BOAS propostas de emprego na Região Metropolitana (porque no interior eu tinha várias, mas apareceu esse bebê...). Empregos que vão me garantir realizar os 2 sonhos mais imediatos da minha vida: comprar um carro para mim e o Capitão e me mudar desse lugar onde sou obrigada a viver. E quando eu digo carro estou querendo dizer carro mesmo (não carrinho...), e onde tiver "apartamento" leia-se Home Service. Isso significa que eu passei os últimos 2 anos da minha vida lavando banheiro e limpando chão de cozinha - entre um capítulo de livro e outro - mas daqui a pouco tempo - muito pouquíssimo (se isso existir!) tempo - eu estarei no lugar em que sempre quis estar. E mais do que querer, eu estarei no lugar onde mereço estar!

Posso estar desenvolvendo um surto de grandeza, é verdade, mas não daria para explicar a satisfação que estou sentindo agora. É como se finalmente tudo fizesse sentido, todos os meus esforços, todos os meus anseios e tudo o que eu tive de ouvir durante esses anos. Semana passada fui obrigada a escutar de uma funcionária de oficina mecânica que ser médico hoje em dia não significa nada, que os mecânicos conseguem ganhar até 3 mil reais no lugar onde ela trabalha! Bateu uma vontade enorme de perguntar: "Querida, você acha que 3 mil reais é muito dinheiro? Ô, amiga, deixa eu te contar quanto eu ganharia se fosse trabalhar em Petrolândia!...", mas, é claro, sou uma pessoa fina e educada... Porque a medicina para mim não é apenas uma questão financeira; se fosse, eu faria residência de anestesia, radiologia ou qualquer outra área, menos pediatria, a mais mal paga das especialidades médicas. Agora, por favor, se quiserem falar de dinheiro, tudo bem, a gente fala! Não venha você, que muito mal terminou o 2º grau, não passou em vestibular nenhum e hoje ganha a vida numa oficina mecânica e mora de favor na casa da sogra, não venha você dizer que meus 11 anos de esforços não significam nada! Só que antes eu tinha que escutar isso e voltar a pé para minha casa no Chico, vendo meu marido cheio de dívidas, a gente sem dinheiro para comprar um carro nem viajar no aniversário de casamento. Como é que eu poderia dizer alguma coisa? Entretanto a partir de hoje eu posso, porque lutar por um sonho e ser médica vai passar a fazer sentido. Se alguém ainda teimar em dizer que não, mostro a chave do meu carro zero e vou embora para o meu flat quase à beira-mar! =D

Afff! Assim nem eu me aguento! rsrsrs

domingo, 19 de julho de 2009

Ô, COITADO!

Eu e o Capitão recebendo parabéns pelo herdeiro... Bichinho do meu filho! Vai herdar as dívidas do pai e o liseu da mãe!... Deveria haver destino melhor para uma criança!... =)

quinta-feira, 16 de julho de 2009

ENTREGANDO A DEUS


Comecei a tomar um remédio e ontem tive meu primeiro dia sem vomitar. São 9 da manhã e eu ainda não estou sentindo muito enjôo. Parece que as coisas estão melhorando...

Já consigo até pensar na minha vida daqui pra frente. Já consigo ter forças para retomar meus estudos depois que esse internato acabar (faltam 8 dias!!!), porque agora mais do que nunca eu preciso passar na Residência (e ter a garantia dos meus 4 meses de licença maternidade). Estou pensando em assumir Moreno (passei no concurso mas não iria assumir porque o salário é baixo), também porque ser funcionária pública me garante a licença maternidade... Enfim, aos poucos é preciso adaptar a vida já que esse serzinho resolveu se apressar para aparecer. Sem enjoar fica mais fácil...

Nunca vi mãe mais desnaturada... =D

segunda-feira, 13 de julho de 2009

ERA PARA EU ESTAR CONTENTE?


Tive o pior fim de semana da minha vida, não páro de enjoar um só minuto, coloco pra fora tudo o que como e não tenho a mínima disposição. Tudo isso faltando 2 semanas para a prova de Clínica Médica!...

Estou esperando o dia em que essa novidade vai me fazer feliz...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

PUTZ!...


Na minha cabeça, estava planejando me formar e ganhar dinheiro. Tudo bem desenhadinho, apenas eu e o Capitão correndo o mundo, morando onde pagasse mais. Ano que vem, férias em Gramado. Tudo pensado, organizado, acertado nos mínimos detalhes. Mas aí...

Aí Deus - não sei por que cargas d'água - achou que não deveria ser assim. E eu e o Capitão, imaginem, um casal tão organizadinho, tão obediente às datas e às proibições!... Talvez por causa do estresse pré-formatura, talvez por causa da fluoxetina, talvez porque Deus queria que fosse desse jeito, enfim, vai saber! O fato é que agora somos três.

As mulheres ficam dóceis quando descobrem que carregam alguém dentro da barriga. Comigo ainda não aflorou esse instinto maternal. Era o meu momento, a minha formatura, a minha declaração de independência. Agora aparece esse amontoado de células escondido no meu útero querendo toda a atenção do mundo para ele! Querendo que eu mude todo o meu roteiro de vida para satisfazê-lo! Como é que eu posso ganhar o mundo com uma barrigona? Como é que alguém é feliz enjoando o dia todo e todo dia? E eu vou ser obrigada a morar nessa cidade barulhenta porque preciso ficar perto da minha mãe (vocês acham que eu faço alguma idéia de como se cuida de um bebê??? O Capitão menos ainda!)!

É bonito estar grávida, legal ver o Capitão se tornar pai, mas ainda não sei se posso gritar aos quatro ventos que estou feliz. Estou assustada. Sei lá, quem sabe me protegendo desse ser estranho que quer se alimentar da minha comida, beber da minha água, me fazer engordar. Não vou agora virar a mulher que nasceu para ser mãe e dizer que já amo esse bebezinho. Não sei nem o que ele é ainda! Para mim ele é um susto, teremos 8 meses para nos acostumarmos um com o outro. Não estou renegando meu filho. Apenas não sou dada a hipocrisias...

É isso. E era só o que me faltava...