domingo, 19 de junho de 2011

VIVENDO O LUTO DE CADA DOMINGO...

Desde que o pai de Lulu saiu de casa os domingos têm sido os dias mais complicados. Segunda eu tô no plantão, de terça a quinta sempre tem alguma coisa pra resolver (e ele estaria trabalhando mesmo...), sexta e sábado eu tô no plantão de novo, mas domingo era o dia de aproveitar a família. Claro, não fico prostrada em cima da cama chorando as pitangas - até porque Ana Luiza não deixa - mas não tô muito a fim de procurar ocupação hoje. Hoje não...

Ninguém pode me acusar de não estar tentando dar a volta por cima, mas toda perda na vida exige seu luto, não é mesmo? É científico, ou se vive o luto ou o trauma fica pra sempre. Todo manhã eu quero ficar debaixo do lençol pelo resto do dia, mas Lulu chama, puxa minha mão, pede pra colocar a quadrilha (já viram o post anterior?), agora inventou que eu tenho que dançar com ela também. Eu pulo, dou voltinhas, faço mingau, arrumo um zilhão de vezes os brinquedos, dou um jeitinho na casa, faço minha comida, enfim, tento levar a vida. No sábado Amilson está ficando com ela, como já acontecia, os dois passam o dia aqui em casa e ele vai embora depois que eu chego. E no domingo as coisas ficam difíceis.

Ana Luiza tá tirando de letra tudo isso (como é bom ser criança...). Amilson já passava a semana toda praticamente longe dela, na prática não mudou quase nada. Eu ando inventando coisas pra não deixar a tristeza tomar conta da minha vida (porque definitivamente eu não mereço esse fim), como essa história de voltar pra faculdade e fazer um curso que não tem nada a ver com a minha profissão (no caso, Administração de Empresas). É simples: 14 anos de vida juntos, meus amigos estão fatalmente vinculados a ele. Depois do casamento, então, nem se fala! E ficar em casa toda noite com a cabeça vazia sem ter muita gente com quem conversar é dar sorte ao azar, então resolvi ocupar meu tempo com algo que não me estressasse e me fizesse conhecer gente. A medicina anda atormentando muito meu juízo, não tenho mais certeza se quero passar o resto da vida vendo crianças doentes num hospital, e por outro lado não sei se conseguiria fazer outra especialidade, enfim, é hora de dar um tempo na medicina e pensar nela depois! Por isso, vou estudar outra área.

Mas isso é só um paliativo, lógico. É só uma maneira de continuar respirando agora que meus projetos de vida foram por água abaixo. Não me imagino sendo outra coisa na vida que não médica, pelo menos a médio prazo. E os plantões é que pagam minhas contas... Mas hoje eu queria ficar apenas aqui em casa, quietinha, vendo TV, lendo e-mails, visitando blogs... Por isso achei ótimo quando minha irmã e o marido pediram pra levar Lulu ao parque onde está havendo uma festa junina (mais quadrilhas...), ela foi toda vestidinha de matuta, uma graça. E eu fiquei aqui vivendo meu luto, me permitindo ser triste só por algumas horas, porque senão essa solidão vai durar a vida inteira. E eu não quero isso.

Ademais, o domingo já tá quase acabando mesmo...

5 comentários:

Mônica Dias Teles disse...

Desejo paz nesse seu "luto"!
Bjsss

Vivian disse...

Má, que essa fase difícil da sua vida passe bem rápido e vc consiga ver o lado bom da vida outra vez... O luto faz parte, pra que depois dele vc congiga seguir em frente e ser feliz outra vez.
Bjos

Fabiana disse...

Sim, esse luto faz parte, viva-o e permita-se chorar sim.

E que sorte a sua ter a sua Lulu para te pegar pela mão e te mostrar que depois disso tudo a alegria vai voltar a dançar pela sala, pela cozinha, pela casa toda.

Desejo de coração que essa fase passe logo.

Bjos.

Ju disse...

Que saudade de vc! e mais essa coicidencia na nosa vida, né? estamos juntas amiga. força pra nos duas.

Anônimo disse...

Má, viva seu luto sim! Faz parte do processo! E faça outro curso, ocupe mesmo a cabeça, não deixe que a tristeza tome conta!!!!

Força, amiga!
Conte comigo, viu?!