terça-feira, 9 de agosto de 2011

O DIA EM QUE A MÃE FALOU MAIS ALTO QUE A DOUTORA...

Sábado passado peguei, no final do plantão, uma menina de 4 anos que tinha engolido a tampa de um pen drive. Chegou na urgência quase sem respirar, eu e a outra plantonista corremos, fizemos todos os procedimentos possíveis, afastamos o perigo de vida e transferimos para um hospital de maior porte. Até onde eu sei o objeto foi retirado e ela ficou ótima. 1 x 0 para a doutora.

Hoje eu estava dando o antinflamatório a Lulu, que, como já foi dito, odeia tomar remédio. Dei a dose com uma seringa direto na boquinha dela e coloquei-a de pé no meu braço, para que chorasse, como de praxe. Só que Lulu não chorou. Olhei pro rosto dela e vi que estava rôxa, mole, sem movimentos: traduzindo, tinha se engasgado com o remédio e estava sufocando. Aí, minhas amigas, a casa caiu.

O lado racional do meu cérebro deve ter assumido o controle de todos os movimentos do corpo, porque inacreditavelmente consegui virá-la e iniciar as manobras para desengasgo. Mas a única coisa da qual consigo me lembrar é uma voz gritando na minha cabeça: "Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! Ela tá sufocando! Ela não tá respirando! Ai, minha Nossa Senhora! Ela vai morrer!". Eram duas Marcellas naquela hora: a médica que aplicava as lições aprendidas na faculdade e a mãe desesperada na iminência de perder a filha. Foi chocante.

Graças a Deus (e só a Ele!), numa das vezes que apertei o diafragma de Lulu ela vomitou o remédio e meio quilo de catarro que estavam atrapalhando os pulmões. Então começou a chorar e as minhas pernas puderam tremer em paz... Mas, minha gente, o que foi aquilo??? Que coisa horrorosa, que sensação terrível, a pessoa tem um filho e minutos depois quase o perde??? Minha bebê, minha cabritinha linda, completamente cianótica e sem reação nos meus braços, foi definitivamente uma das piores sensações que já tive na vida, só comparável ao dia em que perdi meu pai! Pelo amor de Deus...

Sem sombra de dúvidas, cuidar do filho dos outros é infinitamente mais fácil...

P.S.: Perdi 3 quilos desde que o pai de Lulu foi embora. Ao menos essa tristeza toda tá trazendo algo de bom... rsrsrs

5 comentários:

Kelly Resende disse...

Oi Marcella, morro de medo de engasgos e sufocamentos! Pior que não sei como lidar com isso e sempre esqueço de pedir pro pediatra me ensinar. Ainda bem que vc conseguiu se sair bem da situação, ufa!
Beijos

Vivian disse...

Pelamordedeus mesmo, Má! Fiquei tremendo só de imaginar sua agonia... Mas graças a Deus Lulu tem uma mãe porreta como vc!
Escreva um post sobre esse assunto, ajudando as mães nos primeiros socorros, aí vou pedir permissão para colocar no meu blog. O que acha?
Seria muitíssimo útil!
Bjos

Paty Fortunato disse...

Nossa, q desespero!
Meu veio um filme agora de quando passei por algo parecido quando meu filho estava com menos de 2 meses!
Me lembro como se fosse hj, ele chorava mto e eu colocquei o bico na boca dele, foi quando ele parou tudo, ficou pálido,duro, sem respirar... eu sem saber o q fazer só gritava o pai q estava lavando o canil na hora. Ele veio correndo e chupou o narizinho dele, nesceu um catarro branco e ele voltou pra gente. Isso tudo foi tão rápido, sentir q estava pedendo meu filho. Foi terrível, até hj me dar um aperto enorme no coração quando me lembro.
Achei ótima a idéia da Vivian, se fizer tb quero permissão para postar no blog tá?

Beijocas!

Mônica Dias Teles disse...

Acho que eu morria!
Nem sei o que eu faria!
:(

Bjsss

Luciana Cavalcanti disse...

Lulu roxinha???? Ai...

Pronto!

-.-

#Morri