quinta-feira, 17 de julho de 2008

PAI


No último dia 13 fez um ano que meu papai foi morar com Deus. Seria impossível descrever aqui a falta que ele faz hoje, num momento da minha vida em que preparo o texto que estará na capa do meu convite de formatura. Difícil é pensar em formatura sem ele na platéia...

Depois de um ano, o que a gente sente é só saudade da pessoa que foi embora. Não há mais aquela revolta típica dos primeiros meses. Acostumamo-nos a fazer as coisas sem ele, a fazer as coisas que ele fazia para cada um de nós, e dia após dia as coisas se ajeitaram (elas sempre se ajeitam...). Agora, depois de um ano, é como se só sobrasse a saudade de conversar com ele, como se fosse saudade de alguém que viajou, foi morar em outro lugar e a gente quisesse telefonar pra contar as novidades, saber se ele está bem... Como aquela pessoa muito querida que você não vê há algum tempo, e de repente se lembra dela e pensa: "Puxa, faz tanto tempo que eu não falo com Fulana. Vou lá na casa dela pra gente conversar!". Acontece que não dá mais pra conversar com papai...

É assim. Falta de contar os estresses do hospital pra ele (porque ele se interessava por tudo), falta de mostrar pra ele as coisas novas que eu compro, falta de ouvi-lo falar na praia, enquanto tomava um uisquezinho.... Eu sinto uma falta tão grande dele que se fosse possível traduzi-la em lágrimas passaria o resto da vida chorando. Mas não dá pra chorar todo dia. E por isso algumas pessoas podem até pensar que eu nem ligo pra ausência de papai. Pessoas que com certeza teceram comentários maldosos sobre o fato de eu casar 13 dias após a morte dele. Que por não terem visto meus olhos vermelhos nas missas de 7º dia e 1 ano pensaram que eu já o tivesse esquecido. Mas a falta que papai faz na minha vida, essa seria impossível descrever aqui...

Pai!
Pode ser que daqui a algum tempo
Haja tempo prá gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez...

Pai!
Pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre esses vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz...

Pai!
Pode crer, eu tô bem
Eu vou indo
Tô tentando, vivendo e pedindo
Com loucura prá você renascer...

Pai!
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Prá falar de amor pra você...

Pai!
Senta aqui que o jantar tá na mesa
Fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensine esse jogo da vida
Onde a vida só paga prá ver...

Pai!
Me perdoa essa insegurança
Que eu não sou mais aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu...

Pai!
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Prá pedir prá você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar

Pai!
Você foi meu herói meu bandido
Hoje é mais, muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz

Pai...

2 comentários:

Mônica Dias Teles disse...

Nossa... chorei ao ler!


Bom, vai fazer um ano de casados já, né?????
Quero ver teu álbum rssss...
Me passa teu celular pra a gente marcar, visse?

87512928.

Bjsssss

Simone Lima disse...

saudades dele tb!