domingo, 28 de julho de 2013

O BEBÊ REAL E A CESAREANA

Não estou grávida e por enquanto não há previsão para isso acontecer de novo, mas trabalho em maternidade e este assunto sempre vem à tona, principalmente depois do nascimento do filho da princesa: qual a melhor via de parto, normal ou cesárea? Na minha opinião, há mais questões relacionadas a essa escolha do que sonha a nossa vã filosofia...

Não há dúvidas: para o bebê é sempre melhor nascer pela via natural. Entrar em trabalho de parto estimula a maturação pulmonar, expulsa o líquido que está dentro dos pulmões, melhora a respiração do bebê após o nascimento... Mesmo os prematuros nascem mais preparados para enfrentar o mundo se a mãe parir por via vaginal. Além de tudo isso, parir avisa ao cérebro que já é hora de soltar o leite e é uma ajuda na hora de amamentar.

Aí se conclui: Marcella é pediatra, está escrevendo essas coisas, Ana Luiza então deve ter nascido de parto normal, certo? Errado. Não entrei em trabalho de parto, não senti dores, não tive um centímetro de dilatação. Mesmo que fosse meu sonho parir naturalmente, não teria conseguido. Ocorre que minha cesárea já estava marcada para a 38ª semana, e lá fui eu, linda e ruiva, dar à luz numa mesa de cirurgia. Oito horas depois estava andando pelos corredores da maternidade, indo ao banheiro sozinha e posando para fotos. Simples assim.

Então eu acho o seguinte (e lá vai a polêmica): a melhor via de parto é aquela para qual a mãe está preparada. Para aquela que sonhou os 9 meses com o momento de "fazer força de cocô" e colocar seu bebê no mundo, o melhor é parir normal. Conheço mães que quase enlouqueceram depois que passou a anestesia da cesárea, sentiam dores, não conseguiam andar, e a metade desses sintomas era mais frustração por não terem parido por via vaginal. Mas para aquelas que - como eu - não fazem nem a sobrancelha por medo da dor, recomendo que partam para a faca. É menos traumatizante. 

Na Pediatria há uma "ditadura" do parto normal. A médica que defende a cesárea é excomungada. É quase como amamentar: se você diz que não consegue (ou não quer), está condenada a ser taxada de péssima mãe. Bobagem. Não há regras na maternidade. Nasci de cesárea, não mamei e não há mãe mais cuidadosa que a minha (até hoje). Ana Luiza vai pelo mesmo caminho. O importante é receber seu filho com amor, seja por parto vaginal, seja pela cesárea. Essa escolha definitivamente não define que tipo de mãe você vai ser.

E tenho dito.

2 comentários:

Yara disse...

E tenho aprovado :o)

Felipe nasceu de cesarea também, embora não tenha sido agendado, tentei normal, não deu, fui pra faca numa boa... o importante é nascer! E não senti dor depois não, doeu mais é a chateação dos pitacos porque todo mundo acha que pode dar um conselho, mas na hora da fralda cagada é a mamãe quem acode.

Bruxinha disse...

Gente, que coisa boa ler esse post!! nessa blogosfera materna alguém me respondeu que minha ESCOLHA pela cesariana era uma excrecência (!) enfim, tamos juntas! odeio dor...ao menor sinal das minhas péssimas crises de enxaqueca já to tomando um remedinho e tinha pavor da dor do trabalho de parto. Tvz tb por isso nao tenha achado nada traumática a recuperação da cirurgia (pq vendo por esse prisma que vc falou, tenho uma amiga que se frustrou por não conseguir o PN e reclamou horrores).
E ainda frouxa assumida não quis saber de amamentação.
#mãedemerda? será? será que só esses vetores fazem uma mãe? pra mim o que importa é o amor que eu e ela construímos todo dia mais um pouquinho...desculpa o desabafo! adorei teu blos