quarta-feira, 26 de novembro de 2008

MORAL DAS HISTÓRIAS


Saiu o resultado da Residência do HC. A maior nota de pediatria foi 7,8 (de uma menina da 114 chamada Marcelinha - premonição? ;D), mas a 2ª foi 7,01 e a partir daí choveu 6 e alguma coisa. Moral da história: é estudar pra tirar 7, porque na prova de títulos eu vou me lascar mesmo (só tenho 240h de monitoria e 312h de estágio no IMIP...), então é melhor me garantir na prova teórica...

Estou voltando a esse assunto, mas diante das circunstâncias é inevitável. Uma pessoa muito querida da Igreja está aos pouquinhos indo se encontrar com Deus, devido a um câncer hepático super agressivo descoberto há mais ou menos 1 mês. A moral dessa história é: a vida é curta, e mesmo sabendo disso a gente teima em ignorar essa verdade. Hoje você está bem, amanhã pode estar deitadao numa cama de hospital. E quando eu falo amanhã não é daqui a 50 anos, pode ser amanhã mesmo! E se não for você, pode ser alguém que você ama. E aí? Morrer é inevitável, o mais importante é amar e aproveitar a presença dessa pessoa, amá-la muito, independente de qualquer coisa. Se essa pessoa for embora, e aí?

Quando se faz medicina uma das coisas que se aprende é que o ser humano não é porcaria nenhuma. Hoje à tarde tive aula no SVO - Serviço de Verificação de Óbitos - uma espécie de IML para mortes não-violentas. Basta dizer que se o único ramo da medicina fosse esse eu iria procurar emprego no comércio. O cheiro é terrível e fica difícil imaginar que aquele monte de órgãos grudados um dia já foi uma pessoa de carne e osso. O professor tirou pedaço do esôfago, espremeu o pulmão para mostrar que a mulher tinha morrido de edema, abriu a aorta para mostrar a aterosclerose, abriu tudo o quanto estava fechado. Havia mais 4 corpos lá (incluindo o da mulher cujos órgãos a gente estava examinando, porque quero deixar claro que os órgãos estavam para um lado e a mulher em si estava para outro...). Bom, eu sei que ninguém aqui está interessado nos detalhes desta minha tarde sórdida de quarta-feira, então o resumo da ópera é: a gente não é nada nessa vida, quando morre vira só um bocado de órgãos separados do corpo, o mais importante é amarmos uns aos outros, enquanto ainda é tempo...

Bom, estudar também é importante. Afinal, eu tenho que tirar 7,0! =D

Um comentário:

Simone Lima disse...

essa visao "feia" dos orgao é mei estranha, mas a parte do amor é pura verdade.