quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

E LÁ SE VAI MAIS UM DIA...


1 semana. À essa hora, daqui a 7 dias, a responsável pelos chutes e remelexos na minha barriga já terá mostrado o ar da sua graça. Fora o tédio, tudo continua do mesmo jeito. Não sinto nada muito diferente, então acho que ela continua lá em cima, o colo continua fechado, nada mudou. Agora também não estou mais nem aí. Dia 3 essa novela acaba. E outra começa.

Ando recebendo um milhão de críticas por ter marcado minha cesariana. Acho engraçadíssima essa mania do povo de pensar que sabe o que é melhor para a sua vida. Se eu é que teria supostamente que aguentar a dor de um parto normal, será que também não devo ser eu a decidir se quero isso ou não? Não tolero nenhum tipo de dor, fico extremamente irritada com ela. Acho que a medicina evoluiu muito para as mulheres ainda terem que parir igual ao tempo das cavernas. O momento do parto normal não desperta em mim nenhuma sensação de beleza, admiração, contemplação pelo milagre que se passa naquela sala: ao contrário, enquanto o bebê não sai o que predomina é angústia. Não gosto daquela posição horrorosa, me agonia ver a mulher se esvaindo em sangue enquanto uma cabeça tenta sair por um buraquinho "destamanhinho", o coração acelera ouvindo o obstetra gritar "Vai, mãezinha! Vai, mãezinha!", e não vou nem falar do cocô (quase 100% das mulheres fazem cocô durante o parto normal, se você não sabia, fique sabendo)! A simples possibilidade de passar por essa situação sempre me causou arrepios, portanto, eu não nasci para isso. Nada contra quem acha o máximo passar 12 horas sentindo contrações, cada vez mais intensas e dolorosas, gritar, fazer força, até expelir de uma vez o bebê: eu apenas não acho.

Para mim até o clima da cesariana é outro. O obstetra, o pediatra e o anestesista ficam conversando potoca, na maior tranquilidade. Você está lá, deitadinha, sem sentir dor alguma, só umas puxadas de vez em quando. Um bom obstetra faz uma cesária em 15 minutos: o bebê sai bonitinho e, se nada der errado, chora logo depois. Quando acaba, você vai para o quarto e pronto.

Eu sei, sou médica, trabalho em maternidade e evoluo crianças nos seus primeiros dias de vida. Não precisam me ensinar que a recuperação da cesária é outra, que a mulher sente dor, que parece que tudo vai se abrir ao menor esforço, e blá-blá-blá. Não adianta, não me convencem. Existem remédios para tolerar a dor, e além do mais ela não dura a vida inteira. De qualquer forma o bebê já está ali, e alguém pode te ajudar a levantar, sentar, tomar banho, essas coisas. Alguém pode parir por você? Me poupem, eu aguento o pós-op da cesária, podem apostar!

E por último tem um detalhe que ninguém está se lembrando. Parto normal implica trabalho de parto, ou seja, o bebê tem que querer sair. São 38 semanas hoje, 9 meses e meio, e alguém está vendo Ana Luiza dar sinal de que quer sair? Do jeito que falam parece que a menina está no canal e eu estou fechando as pernas! Se ela não descer e o colo não dilatar, eu posso querer ter 100 partos normais que não vai acontecer de jeito nenhum! Portanto, vamos deixar de frescura!

Continuo aqui, esperando...


Um comentário:

Mônica Dias Teles disse...

Meninaaaaa... assino embaixo!!! kkakaka.
No dia que eu souber que eu tô grávida eu já marco minha cesariana... sem perigooooo! Nunca fui adepta de sentir dor e num momento tão mágico como parir, não vou querer mesmo!
Certíssima!
Ninguém nunca morreu pq teve um pós operatório!
Povo metiiidooooo! rsss

Bjsssss